O Museu Ludwig em Colônia na Alemanha é um dos importantes e interessantes museus da cidade. Especializado em obras de arte criadas após os anos 1900, o museu nos leva a um passeio que vai do movimento impressionista ao contemporâneo.
Leo e eu saímos do Museu Wallraf Richartz diretamente para o Museu Ludwig. Como adquirimos bilhetes combinados comprados no Wallraf, aproveitamos para vermos Picasso naquele fim de tarde quente do verão alemão.
Ver os quadros do artista espanhol com seus variados e quase sempre impactantes estilos era nosso único objetivo nesta visita ao Ludwig, mas tivemos muitos outros encontros maravilhosos.
Pablo Picasso para mim é desafiador!
A história
O Museu Ludwig foi fundado em 1976, após a doação de 350 obras de arte moderna pelo casal Ludwig – Peter e Irene – à cidade de Colônia. Ao longo dos anos seguintes inúmeras outras obras se juntaram ao acervo do Ludwig, respeitando a premissa de arte pós século XX.
Museu Ludwig
O foyer do Museu Ludwig
Assim encontramos vivendo no Museu Ludwig expressionistas como Erich Heckel e August Macke, modernistas clássicos como Marc Chagall, vanguardistas russos como Rodchenko.
Pablo Picasso, Henri Matisse, Oskar Kokoschka e Paul Klee, além de Max Ernst…
Acredite meu caro viajante apreciador das artes, a lista é vasta e a diversão é garantida no Museu Ludwig.
Museu Ludwig
Erich Heckel: Canal em Berlim, 1912. Gosto especialmente deste quadro
O Edifício
O prédio que visitamos na Bischofsgartenstraße foi inaugurado dez anos depois, em 1986. Seus vizinhos são a Catedral de Colônia, o Rio Reno e a estação ferroviária; vizinhança bem a cara desta cidade de cenários tão bagunçados, como um conjunto desconexo, e feio quase sempre, de puxadinhos.
Museu Ludwig em Colônia
Vista de alguns edifícios de Colônia desde o Museu Ludwig – a Catedral ao fundo
Museu Ludwig
Observando a vista de uma das salas do Museu Ludwig em Colônia – a Ponte Hohenzollern ao fundo
Museu Ludwig
Uma das salas do Museu Ludwig em Colônia
O edifício, contudo, que abriga o Museu Ludwig é maravilhoso. Moderno e amplo, com diversas salas, facilita a movimentação dos visitantes que tem acesso ótimo às obras de arte.
Há uma pequena área externa, como uma sacada, que permite que avistemos alguns edifícios da cidade de Colônia como um pedaço de sua Catedral e do Museu Romano-Germânico. Ficamos um tempo ali, observando sua paisagem confusa e o vai e vem de pessoas, respirando, absorvendo e internalizando toda arte vista até então. Ventava muito neste dia.
Há ainda salas com paredes de vidro que nos propiciam ver Colônia de novos ângulos e assim acessamos outros de seus personagens como a famosa Ponte Hohenzollern.
Uma viagem brusca entre séculos distintos
Sair do Wallraf e entrar no Ludwig foi como uma viagem brusca no tempo. A proposta mais modernista do segundo me levou a outro patamar de apreciação. Confesso que tenho menos intimidade, mas mais curiosidade sobre as obras posteriores ao século XX.
Assim, começamos nossa movimentação pelo museu por Picasso, nosso objeto primeiro de interesse, com seu cubismo, movimento que em resumo é a fragmentação de uma imagem em inúmeros pedaços, remontando-a de maneira a formar novas e intrigantes figuras.
Museu Ludwig
Leo com Pablo Picasso
Nos primeiros anos do cubismo as imagens eram em uma única dimensão (analytical cubismo) para nos anos seguintes virarem tridimensionais (synthetic cubismo).
O cubismo formatou o estilo individual de Picasso.
O Museu Ludwig abriga a terceira maior coleção de Picasso do mundo.
Outros encontros modernos – Max Ernst
Depois de nosso encontro com Picasso, ainda tínhamos um tempo antes de o museu fechar, então saímos percorrendo as diversas salas e seus movimentos como o surrealismo de Max Ernst, filho de Colônia.
Seu “Reunião de Amigos” ganhou facilmente minha atenção e coração por colocar personagens reais de eras distintas em uma mesma cena. Ah, o poder do pincel aliado à imaginação fértil do artista!
O próprio Ernst faz parte da reunião, vestindo um terno verde. Imaginem só, meus caríssimos viajantes, que ele está sentado no colo do escritor russo Dostoiévski (1821 – 1881). Mais atrás deles está o pintor renascentista, Rafael (1483 – 1520).
Sensacional!
Museu Ludwig
Reunião de Amigos de Max Ernst no Museu Ludwig
Novos e maravilhosos encontros pelo Museu Ludwig
Fomos indo, indo, perambulando pelo dadaísmo, movimento de protesto do século XX com objetivo de chocar e romper com o estilo burguês e estúpido vigente à época, segundo, claro, o ponto de vista dos dadaístas.
O expressionismo avant-garde russo, com nomes como Marc Chagall e Iwan Puni. Os representantes desse movimento mantiveram forte intercâmbio cultural com artistas franceses e alemães produzindo arte com elementos característicos de seu país, a Rússia, com relevante influência externa.
Infelizmente, nosso tempo no Museu Ludwig foi curto e não conseguimos ver, por exemplo, a pop art americana de Andy Warhol.
Museu Ludwig
René Magritte – A presença do Espírito: 1960
Museu Ludwig
A sala do dadaísmo
Marc Chagall – Sabbath: 1910
Durante meus últimos anos escolares eu estudei alguns desses movimentos modernistas. Encenamos até a Semana de Arte Moderna mais de uma vez: utilizamos diversas expressões artísticas para representar estes movimentos, mas confesso que à época, iniciando ainda minha formação cultural, eu não tinha ideia e nem noção da força e da criatividade destes artistas que criaram obras maravilhosas!
Saímos do Museu Ludwig em Colônia e fomos caminhar pelas margens do Rio Reno. Era verão e as ruas estavam muito movimentadas.
Os bilhetes casados
Nós comprarmos os bilhetes casados que nos davam direito a visitar todos os museus de Colônia em dois dias uteis seguidos (dias em que os museus estivessem abertos) por 13 euros. Fizemos uma economia imensa.
Entretanto, contudo, eu sou o tipo de pessoa que gosta de passar muitas horas num museu, com o nariz enfiado nas diversas obras de arte.
Por isso mesmo gosto de visitar apenas um museu por dia, pois dependendo do acervo, não é incomum que eu passe o dia inteiro nele.
Assim, a experiência de visitar dois museus tão intensos em um mesmo dia, não me agradou e não me fez feliz.
Para aqueles que não passam tantas horas num museu e facilmente combinam mais de um em um mesmo dia, os bilhetes casados são uma excelente opção.
Museu Ludwig em Colônia
Me despedindo do Museu Ludwig contrariada pelo pouco tempo que passei ali
Informações adicionais
Há informações sobre os movimentos expostos no Museu Ludwig tanto em alemão quanto em inglês, mas os dados referente aos quadros estão apenas em alemão.
Horários de funcionamento: de terça a domingo e feriados: 10:00 – 18:00. Todas as primeiras quintas-feiras do mês: 10:00 – 22:00. Fechados às segundas-feiras.
Bilhetes:
Adultos: € 13,00
Bilhetes combinados: € 18,00
Família: € 26.00
Grupos: 9.00 € por pessoa (mínimo de 20 pessoas)
Crianças e jovens menores de 18 anos: entrada gratuita para a coleção permanente
Crianças menores de 6 anos: de admissão grátis na coleção permanente + exposições especiais.
Áudio-guia: 3 euros
Endereço: Bischofsgartenstraße na Heinrich-Böll-Platz