A Cidade do México é tão grande quanto a sua diversidade. Percorremos os quatro cantos da capital e revelamos as características de seus distintos bairros
Contraste entre arquitetura moderna e estátua diante do Museu de Belas ArtesPedra sobre Pedra
Cidade do México. 17 horas. A bandeira mexicana é hasteada no meio da Plaza de la Constitución, conhecida também como Zócalo. A sua volta, a Catedral Metropolitana, o Palácio Nacional, o edifício do Governo do Distrito Federal, além de outros prédios comerciais, fecham o quadrado e o círculo do poder na capital do país latino-americano.
Enquanto o estandarte verde, branco e vermelho tremula no alto, uma ironia do destino se faz presente embaixo da praça e no meio da insígnia mexicana, composta por um brasão de armas onde figuram uma águia, uma serpente, um cacto e um lago. O Zócalo, assim como toda a Cidade do México, afundam lentamente para dentro do lago Texcoco, que foi aterrado pelos espanhóis em 1520 para construir uma nova cidade sobre Tenochtitlán, a capital do poderoso império asteca, erguida há séculos em uma ilha deste imenso charco.
Se o problema é uma maldição asteca, como muitos apregoam por aqui, ninguém sabe. Certo mesmo é que o monumento à independência, no Paseo de la Reforma, por exemplo, já submergiu 36 metros desde que foi feito, em 1910. O governo, por sua vez, faz obras de contenção para retardar o processo por toda a cidade, através de estacas de madeira para dar sustentação à superfície. Enquanto afunda vagarosamente, o centro da Cidade do México, com seus mais de 1.500 prédios classificados como históricos pela Unesco, continua a servir de palco para muitas atrações. O tradicional e luxuoso restaurante Casa dos Azulejos, é um deles.
Construído no século 16, tem na sua fachada, toda feita com azulejos chineses, a origem do nome. Perto dali, na Rua Regina, o restaurante Chon não chama a atenção pela suntuosidade de suas formas, mas sim pela extravagância de sua comida. A especialidade aqui, além dos óbvios e deliciosos chilis, guacamoles, tacos e tortillas, são as entradas pré-hispânicas, o que na prática significa comer grilos, larvas e ovas de mosca. Tudo muito saboroso, diga-se de passagem.
Os museus são outro ponto de destaque no agitado centro da cidade. O Museu Nacional de Arte, construído no estilo dos palácios renascentistas italianos, abriga coleções que representam todas as escolas de arte mexicana até o século 20. Já o Palácio de Belas Artes, uma mistura de neoclássico com art nouveau, erguido em 1905 pelo arquiteto italiano Adomo Boari, é famoso pelos imensos murais que ocupam seus andares superiores, como o emblemático El Hombre en el Cruce de Caminos, de Diego Rivera.