O DRAMA BURGUÊS

O drama burguês – No século XVIII, contudo, Denis Diderot enfatizou a necessidade de se produzirem peças teatrais voltadas para a classe burguesa e os valores do iluminismo. Para Diderot, o teatro deveria exercer uma função instrutiva, assumindo a missão de pregar a virtude aos seus espectadores. Dessa forma, era preciso afastar- -se da decadência moral da classe aristocrá tica e enfatizar os principais valores burgueses. Em 1758, Diderot escreveu 0 pai de família, peça que ficou conhecida como o primeiro drama realmente burguês. Nela, um pai de família tenta dissuadir seu filho e herdeiro de se casar com uma jovem de condição inferior. Quando a moça se revela verdadeiramente virtuosa, porém, o conflito se resolve e o pai finalmente concorda com o casamento. Os principais temas são a lealdade à família e o coroamento da virtude, elementos fundamentais da cultura burguesa. Outra importante característica da peça de Diderot é que seus diálogos foram escritos em prosa e não mais em versos, o que os tornou muito mais próximos da fala cotidiana das pessoas. Com o tempo, o drama burguês buscou cada vez mais a ilusão de realidade, com os autores esmerando-se para criar situações teatrais que pareciam diretamente tiradas da vida de pessoas reais.

As premissas de Aristóteles foram seguidas à risca pelos autores franceses, sobretudo a regra das três unidades, de acordo com a qual cada tragédia deve apresentar uma única ação principal transcorrida num único lugar em apenas um dia. Na verdade, o próprio Aristóteles não havia sido tão rigoroso no estabelecimento dessa regra. Os franceses, porém, a tomaram como algo obrigatório e escreveram suas tragédias obedecendo fielmente a esse princípio. Apesar dessa fonte clássica, a tragédia francesa foi uma expressão característica do barroco. Tratava-se de um teatro aristocrático, apresentado para as cortes e cujos personagens eram geralmente nobres. Além disso, os diálogos eram com postos em versos alexandrinos [de doze sílabas] e os figurinos eram bastante rebuscados, como é possível perceber na pintura de Antoine Watteau, na qual o artista representa atores franceses encenando uma tragédia. Os pais da tragédia clássica francesa foram Pierre Corneille e Jean Racine.