O rapel é um esporte radical que envolve a descida de superfícies verticais, como montanhas, com o auxílio de cordas e equipamentos de segurança. Essa prática surgiu como uma técnica de alpinismo, desenvolvida na França, e rapidamente se popularizou como uma atividade recreativa e esportiva em todo o mundo. Neste artigo, vamos explorar a história do rapel, suas técnicas e como ele chegou ao Brasil.
Origem do Rapel
O rapel surgiu no final do século XIX, como parte do alpinismo, que já era uma atividade consolidada na Europa, especialmente na França. Em 1879, o alpinista francês Jean Charlet-Stranton é creditado como o criador da técnica de descida por corda, quando ele e seus companheiros Prosper Payo e Frédéric Folliguet fizeram a primeira descida controlada durante a escalada do Petit Dru, uma montanha coberta de gelo e neve nos Alpes, perto de Chamonix. Jean Charlet-Stranton utilizou uma corda dupla para descer a encosta de forma mais segura, iniciando o que viria a ser conhecido como rapel.
Embora as pessoas já escalassem montanhas e descessem encostas íngremes há milênios, o uso de uma técnica específica com cordas e freios foi o que diferenciou o rapel. Ao longo do tempo, a técnica evoluiu e foi refinada, tornando-se um elemento essencial para a segurança no alpinismo e escalada.
A Escolha do Nome “Rapel”
O nome “rapel” deriva do francês “rappeler”, que significa “puxar” ou “recuperar”. Isso fazia referência ao ato de puxar a corda ao fim de uma descida. O termo foi popularizado por Jean Charlet-Stranton e seus parceiros, que usavam a técnica para controlar sua descida em terrenos difíceis. À medida que a prática se difundiu na Europa, especialmente na França, o nome foi mantido, e o rapel se consolidou como um esporte.
Fatos Anteriores a Jean Charlet-Stranton
Além da criação formal do rapel por Charlet-Stranton, há relatos de técnicas semelhantes sendo usadas por exploradores de cavernas e cânions na região dos Pirineus, na fronteira entre a França e a Espanha. Esses exploradores desenvolveram formas de descer por cordas em ambientes desafiadores, estabelecendo as bases do que viria a se tornar o rapel moderno. No entanto, foi o alpinismo francês que consolidou e popularizou o uso da corda dupla como uma medida de segurança nas descidas.
O Desenvolvimento do Equipamento
Nos primeiros tempos do rapel, o sistema de descida dependia exclusivamente da habilidade manual do escalador para segurar a corda e controlar sua descida. Isso causava muitos acidentes, já que o atrito das mãos com a corda podia ser perigoso. Com o tempo, foram desenvolvidos freios e outros dispositivos de segurança que facilitavam o controle da descida e diminuíam o risco de quedas. Esses equipamentos, como o freio em oito e os mosquetões, revolucionaram a prática, tornando-a muito mais segura e acessível para pessoas de diferentes níveis de habilidade.
A Chegada do Rapel ao Brasil
A história do rapel no Brasil é mais recente, tendo se popularizado nos últimos 30 anos. Embora o rapel tenha começado como uma técnica utilitária para espeleologistas (exploradores de cavernas), sua prática esportiva cresceu com o tempo. Hoje, o rapel é praticado em todo o país, em lugares como as cachoeiras de Brotas, em São Paulo, e as montanhas da Serra do Cipó, em Minas Gerais. Apesar da popularidade crescente, ainda não há uma confederação oficial que regule o esporte no Brasil, mas isso não impediu a formação de grupos e comunidades de praticantes apaixonados pela atividade.
No Brasil, o rapel é amplamente praticado em forma de esporte radical e recreativo. Grupos de aventureiros se reúnem para descer cânions, cachoeiras e falésias, sempre em busca de novos desafios. Embora o país não tenha a mesma tradição alpinística da Europa, a geografia brasileira oferece diversos cenários propícios para a prática do rapel, o que contribuiu para o crescimento desse esporte por aqui.
Técnicas e Características do Rapel
O rapel exige uma série de técnicas específicas para garantir a segurança e a eficácia da descida. Algumas das principais ferramentas utilizadas são:
- Corda dupla: usada para distribuir melhor o peso do praticante e proporcionar mais controle durante a descida.
- Freio: dispositivo que ajuda a regular a velocidade de descida. O freio em “oito” é um dos mais comuns.
- Mosquetões: conectores de metal que prendem a corda ao cinto do escalador, garantindo sua segurança.
- Capacete: essencial para proteger a cabeça de quedas de pedras ou outros objetos.
- Ascensores: dispositivos utilizados para facilitar a subida em cordas.
A técnica básica de rapel envolve prender a corda a um ponto de ancoragem seguro no topo da superfície a ser descida. O praticante, preso à corda por um arnês e com um freio, controla sua descida usando a força das mãos e o equipamento. É crucial seguir protocolos de segurança rigorosos, especialmente em descidas mais longas ou em condições adversas.
O Rapel Como Esporte Radical
Embora tenha nascido como uma técnica de montanhismo e espeleologia, o rapel evoluiu para se tornar um esporte radical praticado em diversos cenários naturais, como cânions, montanhas e cachoeiras. Além disso, o rapel é usado em operações de resgate, em treinamentos militares e até em atividades urbanas, como o rapel em edifícios.
Esse esporte oferece uma combinação de adrenalina e contato com a natureza, o que atrai pessoas de todas as idades. Para iniciantes, é essencial fazer o rapel com a orientação de instrutores experientes, garantindo que todas as técnicas e normas de segurança sejam seguidas.
Conclusão
A história do rapel é marcada por sua origem prática e pela evolução de uma técnica de alpinismo para um esporte radical. Desde sua criação na França por Jean Charlet-Stranton até sua popularização no Brasil e no mundo, o rapel continua a fascinar aventureiros de todos os tipos. Com o uso de equipamentos adequados e seguindo as técnicas corretas, o rapel proporciona uma experiência emocionante e segura para os que buscam desafios verticais.
Se você é praticante ou deseja começar no rapel, conhecer sua história e respeitar as normas de segurança são passos essenciais para aproveitar ao máximo essa atividade.
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