Grigori Rasputin: O “Monge Louco” da Rússia

Grigori Rasputin, um dos personagens mais misteriosos e controversos da história russa, é amplamente conhecido por seu envolvimento com a família Romanov e seu papel no final do Império Russo. Famoso por sua ligação com o czar Nicolau II e sua esposa, Alexandra Feodorovna, Rasputin se tornou uma figura central na corte russa, alcançando um poder sem precedentes na política e na Igreja, tudo isso baseado em sua fama como curandeiro e místico. Sua vida, repleta de intrigas, mistérios e lendas, permanece um tema fascinante para estudiosos e curiosos até hoje.

Origens de Grigori Rasputin

Grigori Efimovich Rasputin nasceu em 22 de janeiro de 1869, em Pokrovskoie, um pequeno vilarejo na Sibéria. Filho de camponeses, ele não possuía uma formação acadêmica formal, mas desde cedo se destacou por seu comportamento excêntrico e, mais tarde, por suas alegadas habilidades místicas. Sua primeira tentativa de ingressar em um mosteiro foi frustrada, mas isso não impediu que ele seguisse sua jornada espiritual.

Durante sua juventude, Rasputin se envolveu com uma seita religiosa que defendia práticas de penitência extrema, como o flagelo, e acreditava que o pecado deveria ser expiado pelo sofrimento. Sua peregrinação pela Rússia e Grécia alimentou sua fama de curandeiro, com muitos acreditando que ele possuía poderes sobrenaturais para curar doenças.

O “Monge Louco” da Rússia

Foi em 1905, após se estabelecer em São Petersburgo, que Rasputin entrou na vida dos Romanov. O czar Nicolau II e sua esposa, Alexandra, estavam desesperados para encontrar uma cura para o filho do casal, Aleksei Romanov, que sofria de hemofilia. Rasputin foi procurado por sua suposta capacidade de aliviar os sintomas da doença, e, surpreendentemente, ele conseguiu acalmar o jovem príncipe, o que lhe garantiu a confiança imediata dos czares.

Sua proximidade com a família imperial foi crescendo e, eventualmente, Rasputin tornou-se conselheiro pessoal de Alexandra Feodorovna. Ele passou a ter grande influência sobre os assuntos do Estado e da Igreja, o que gerou muitos inimigos dentro da corte. A sua intervenção em questões políticas e religiosas, além de sua fama de curandeiro, foi vista com desconfiança e desagrado por muitos. Seu comportamento, considerado imoral por seus detratores, também alimentou os boatos de que ele possuía um relacionamento íntimo com a czarina, o que aumentou sua notoriedade.

A Influência de Rasputin na Corte Imperial

Rasputin foi mais do que apenas um conselheiro de saúde da família imperial. Ele se envolveu diretamente em decisões políticas, incluindo nomeações e demissões de ministros. Seu poder cresceu tanto que muitos acreditavam que ele era o verdadeiro governante da Rússia durante os períodos em que o czar estava ausente, especialmente durante a Primeira Guerra Mundial, quando Nicolau II foi para o front e a czarina assumiu a regência do país.

A presença de Rasputin no governo foi criticada por vários setores da sociedade, incluindo a Igreja Ortodoxa Russa, que o considerava uma ameaça à moralidade religiosa. Sua influência também foi vista como uma prova da fraqueza do czarismo, que estava cada vez mais distante das necessidades do povo e mais susceptível às manobras de um homem controverso como Rasputin.

O “Monge Louco”: A Imagem de Depravado

O apelido de “monge louco” não surgiu apenas da sua intromissão na política e religião, mas também de sua vida pessoal, que era marcada por comportamentos considerados depravados. Rasputin era conhecido por sua postura libertina em relação às mulheres. Boatos indicavam que ele alegava poder livrar as mulheres de seus pecados caso se entregassem sexualmente a ele. Esse comportamento gerou uma reputação de imoralidade, e seus inimigos passaram a espalhar rumores sobre sua vida sexual promíscua e depravada.

Além disso, Rasputin era frequentemente retratado como um homem excêntrico e descontrolado, cuja presença na corte russa causava desconforto até mesmo entre os membros da nobreza e da Igreja. O fato de ser uma figura tão polarizadora e de exercer tanto poder, mesmo sem ter um cargo oficial, contribuiu para sua imagem de “monge louco”.

A Morte de Rasputin: O Fim de uma Lenda

A morte de Rasputin em 1916 é cercada de mistério e drama, e se tornou parte de sua lenda. Conspiradores, incluindo nobres russos, estavam fartos de sua influência e, por isso, tramaram sua morte. Rasputin foi envenenado com cianureto, mas, segundo relatos, sobreviveu à primeira tentativa de assassinato. Para garantir que ele estivesse morto, os conspiradores atiraram nele e o jogaram no Rio Neva, onde ele finalmente se afogou. Sua resistência aos venenos e tiros, além de sua aparente imortalidade, só aumentaram a aura mística que cercava sua figura.

O Legado de Grigori Rasputin

O impacto de Rasputin na história russa foi profundo e controverso. Sua influência sobre a família Romanov e sua interferência nas decisões políticas contribuíram para o desmoronamento do Império Russo. A queda dos Romanov e a subsequente Revolução Russa de 1917 marcaram o fim de séculos de autocracia imperial.

Embora tenha sido morto antes da Revolução, a figura de Rasputin permaneceu como símbolo de decadência e corrupção do regime czarista. Sua lenda sobrevive até hoje, alimentada por teorias conspiratórias, livros, filmes e até museus que buscam resgatar sua memória.

Rasputin no Museu

Atualmente, é possível encontrar exposições dedicadas a Grigori Rasputin em diversos museus, principalmente na Rússia. Esses museus retratam a vida e a morte de Rasputin, explorando sua influência na corte e seu papel controverso na política russa. Muitas vezes, essas exposições estão repletas de itens pessoais, como roupas e fotografias, que ajudam a contar a história de um dos personagens mais intrigantes da história mundial.

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Grigori Rasputin, o “monge louco” da Rússia, continua a ser uma figura enigmática, cuja vida e morte ainda geram debates e especulações. Sua história é um reflexo da decadência de um império que, ao ser afetado por superstições e influências externas, acabou colapsando diante da força de movimentos populares que mudaram o destino da Rússia para sempre.