Dez viagens inspiradoras ao redor do mundo
Experiências inesquecíveis para viajante nenhum botar defeito
Poucos conseguem resistir à água azul-celeste e aos maravilhosos corais de Lizard Island
Poucos conseguem resistir à água azul-celeste e aos maravilhosos corais de Lizard Island
A Grande Barreira de Corais, na Austrália, é grande. É a única coisa viva visível do espaço e a maior fonte de vida marinha do planeta. Não é de admirar que tenha um lugar no alto da lista de destinos de mergulhadores do mundo inteiro. Embora algumas partes dos corais possam às vezes parecer um pouco cheias de gente, Lizard Island é uma maravilhosa exceção. Esta ilha e uma série de outras que a cercam são lugares raros, que levam você a parar e exclamar: “Uau!”. Praias de areia fina, água morna azul-turquesa, sensualidade tropical – e tudo isso sem multidões.
Quando você caminha pela praia branca como açúcar de Watson’s Bay, com máscara de mergulho, snorkel e pés-de-pato à mão, a água cristalina o convida a conhecer o que há abaixo da superfície. Os corais são verdadeiros jardins que revelam uma explosão extraordinária de vida marinha em cores brilhantes. Peixes passeiam entre plantas marinhas, cardumes de peixinhos azuis passam por perto e até uma tartaruga verde pode aparecer de repente. Logo você se torna parte desse mundo submarino. Mergulhadores vão ali para um prazer ainda maior, em Cod Hole, um coral inexplorado e mais distante. Nele, você encontra um bacalhau gigante, além de outros peixes ainda maiores, arraias e o tubarão-branco dos corais, geralmente inofensivo.
Paul Harding, autor de Queensland & Great Barrier Reef, da Lonely Planet
COMO CHEGAR
• Partindo de São Paulo, a TAM e a Lan Chile voam para Cairns, em parceria com a Qantas, com tarifas em torno de US$ 2.200. A Hinterland Aviation tem dois voos diários de Cairns para Lizard Island, mas é preciso fazer reserva pelo Lizard Island Resort (US$ 480; lizardisland.com.au). A Daintree Air Services tem voos charter diários para Lizard Island (US$ 630; daintreeair.com.au).
QUANDO IR
• A visibilidade embaixo d’água é boa na maior parte do ano, mas a estação seca (de abril a novembro) é a melhor época para visitar a região.
ONDE FICAR
• Você pode acampar no Lizard Island National Park, em Watson’s Bay. Como alternativa, o luxuoso Lizard Island Resort é um dos melhores hotéis da Austrália (a partir de US$ 742, tudo incluído).
OPERADORAS DE MERGULHO
• Se você não ficar em Lizard Island, considere uma viagem a bordo de um barco que parte de Cairns. A Mike Ball Dive Expeditions realiza viagens de três dias com preços a partir de US$ 1.292, enquanto a Taka Dive oferece viagens de cinco dias com preços a partir de US$ 1.265.
OUTRAS SUGESTÕES
• Percorrer a trilha até o acampamento na base do Everest, no Himalaia
• Andar de trenó puxado por cães Husky na Lapônia, na Suécia
• Escalar o Monte Fuji, no Japão
• Passear de balão na Capadócia, na Turquia
Sinta o poder da música de Jah relaxando na Black Sand Beach, na Jamaica
Sinta o poder da música de Jah relaxando na Black Sand Beach, na Jamaica
A costa oeste de Robin’s Bay, em St. Mary Parish, é uma das áreas mais selvagens da Jamaica. É acessível por uma trilha que serpenteia por penhascos, praias desertas e trechos por terra para chegar a cachoeiras imaculadas. A meia hora de River Lodge, caminhando, fica um forte espanhol do século 17 transformado em hotel rústico, situado na Black Sand Beach – uma praia isolada com cerca de 50 metros de extensão, tendo ao fundo uma floresta verde. A água é morna, as ondas são fortes e a pequena baía é cercada de formações rochosas – uma delas cria um arco natural sobre um canal que corre do mar azul caribenho para a baía.
À noite, vá até o bar Natural Vibes para apreciar a vista do mar. Beba uma cerveja Red Stripe e ouça as notas de um reggae antigo erguendo-se sobre o crepitar de uma pequena fogueira, ao ritmo do barulho das ondas. A batida simples combina com os sons da natureza, enquanto as guitarras melódicas parecem emitir vozes etéreas – o efeito é incrivelmente tranquilizador.
Richard Koss, autor de Jamaica, da Lonely Planet
COMO CHEGAR
• A American Airlines tem voos de São Paulo para Kingston.
QUANDO IR
• A época melhor e mais seca para visitar a Jamaica vai de novembro a maio – a estação de chuvas é no verão e no outono do hemisfério norte.
ONDE FICAR
• O River Lodge tem quartos duplos a partir de US$ 31 e cabanas a partir de US$ 52. Além disso, recebe você no aeroporto.
OUTRAS SUGESTÕES
• Balé no Teatro Mariinsky, em São Petersburgo, na Rússia
• Dançar salsa na Casa de la Amistad, em Havana
• Ópera na Arena di Verona, na Itália
• Blues autêntico no clube B.L.U.E.S., em Chicago
Imagine-se no meio da maior festa do planeta: o carnaval do Rio
Imagine-se no meio da maior festa do planeta: o carnaval do Rio
O carnaval transforma as ruas do Rio em um enorme e único turbilhão movido pela batida do samba. Mais de 700 mil pessoas se juntam aos cariocas para dançar, beber e acumular alguns pecados antes da Quaresma.
O grande desfile é imperdível. Cada uma das 12 escolas de samba tem 80 minutos para dançar e cantar no Sambódromo, com cerca de 4 mil componentes que dançam, além dos carros alegóricos, sambistas e uma enorme bateria que conduz o ritmo. Ver o desfile, porém, não é nada perto de participar dele. Qualquer pessoa disposta a desembolsar cerca de R$ 500 por uma fantasia pode ingressar em uma escola de samba. Na noite do desfile da escola, assuma seu lugar na ala. Cercado por milhares de participantes, sua adrenalina estará em alta, principalmente quando os tambores da bateria começarem a soar e você entrar no Sambódromo, ouvindo o rugido do público de 70 mil pessoas. A vibração é de euforia, com mares de fãs nas arquibancadas dançando e acenando para você – ou, mais provavelmente, para as sambistas de biquíni fio-dental ao seu lado.
Os blocos nas ruas do Rio são outra excelente maneira de festejar, e não custam um centavo. Cada bairro da cidade celebra o carnaval ao som de ritmos pungentes e antigas canções. Tudo o que você tem que fazer é ir lá.
Regis St. Louis, co-autor de Brasil, da Lonely Planet
COMO CHEGAR
• Os aeroportos de Santos Dumont e do Galeão recebem voos de todo o país. A rodoviária do Rio de Janeiro também está conectada às maiores cidades brasileiras.
QUANDO IR
• A Riotur, empresa de turismo oficial da cidade, divulga horários e locais das festas na cidade ( – as de rua começam duas semanas antes.
COMPRANDO INGRESSOS
• A Liesa, liga oficial das escolas de samba, começa a vender os ingressos em dezembro. Cheque com a Riotur onde comprar os ingressos, já que os postos de venda oficiais variam a cada ano. Os melhores lugares, por ordem de preferência, são os dos setores 9, 7, 11, 5 e 3.
ONDE FICAR
• Reserve agora um quarto de hotel e esteja preparado para pagar o dobro ou o triplo do preço normal, com permanência mínima de quatro noites (prática padrão durante o carnaval).
• A Bonita é uma pousada em Ipanema instalada numa casa onde Tom Jobim morou. Fora do carnaval, oferece quartos duplos com preços a partir de R$ 170.
• Uma alternativa econômica é o charmoso albergue Bellas Artes Guest House, com quartos para casais a partir de R$ 120.
OUTRAS SUGESTÕES
• Ano Novo chinês, em Hong Kong
• Carnaval de Veneza, na Itália
• Divali, em Bombaim, na Índia
• Dias dos Mortos em Patzcuaro, México
Carnes de dar água na boca são uma veraddira paixão dos argentinos
Carnes de dar água na boca são uma veraddira paixão dos argentinos
Todo domingo, na hora do almoço, em Buenos Aires, o aroma da fumaça de churrasco começa a se espalhar pelo ar. Às 14h, se você ainda não fez uma reserva em uma das parrillas da cidade, terá problemas, porque a tarde de domingo é um período sagrado, dedicado a venerar a vaca sagrada.
Sentar-se para comer entre argentinos é participar de um ritual elaborado. Para o asado ou churrasco familiar, o cozinheiro, ou asador, acende o fogo horas antes de depositar uma série de carnes tentadoras sobre a brasa brilhante. A carne é cortada em pedaços do tamanho de uma mordida, todos eles temperados com sal e grelhados lentamente, com uma perfeição suculenta. Os comensais comentam sobre cada pedaço e aplaudem o cozinheiro ao fim da refeição. Os argentinos têm um forte orgulho de sua carne e discutem horas sobre por que ela fica tão boa e suculenta – talvez seja a grama dos pampas que alimenta o gado ou o corte que realça o sabor, ou a atenção cuidadosa dispensada às carnes quando estas estão grelhando.
O La Cabrera, em Palermo, oferece um passeio sofisticado por essa tradição – garçons servem a morcilla vasca e o bife de chorizo frescos, saídos da grelha, acompanhados de especialidades da casa, como cebolas caramelizadas, tempero de beterraba e abóbora picante.
Sarah Gilbert, co-autora de Argentina, da Lonely Planet
COMO CHEGAR
• Aerolineas Argentinas, TAM e Gol têm voos para o principal aeroporto de Buenos Aires, o Ezeiza, partindo de Porto Alegre, São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro.
QUANDO IR
• A primavera (de setembro a novembro) é uma época perfeita para visitar Buenos Aires, com os jacarandás floridos colorindo as avenidas. O outono e o inverno são também bons períodos, já que o frio combina com o charme portenho.
ONDE FICAR
• O Malabia House, em Palermo, é um excelente e bem localizado hotel, instalado em um antigo convento – quartos duplos a partir de US$ 160.
OUTRAS SUGESTÕES
• Pad Thai no Chote Chitr, em Bangcoc, na Tailândia
• Sushi no mercado de peixes de Tsukiji, em Tóquio
• Peixe fresco grelhado no Restorante Santa Lucia, em Salerno, Itália
• Biryani de frango no Taj Palace Hotel, em Bombaim, Índia
Os majestosos templos sobre a copa da floresta, em Tikal
Os majestosos templos sobre a copa da floresta, em Tikal
Tikal reina soberano em meio às ruínas maias. Esta série de arranha-céus – erguidos no século 18 em El Petén, a região de baixada ao norte da Guatemala – continua sendo um testamento espantoso das conquistas da civilização. A floresta ali é impressionantemente fresca e silenciosa. O canto dos pássaros é a trilha sonora. No alto, um grupo de macacos-aranhas pula entre os galhos das árvores.
Logo, a trilha dá em uma clareira gramada onde há duas pirâmides gigantes, com degraus, uma de frente para a outra. É fácil subir no Templo II, que fica no lado mais distante. Há um andaime junto à pirâmide que, com 38 metros de altura, é um pouco mais baixa do que a outra. Uma caminhada de 20 minutos a oeste, por uma trilha original de Tikal, leva ao Templo IV, que, com 65 metros, é a segunda estrutura mais alta da América pré-colombiana. Uma escada de tábuas passa por um emaranhado de árvores e trepadeiras para chegar a uma plataforma estreita. Lá embaixo, a copa da floresta estende-se até o horizonte, com as outras quatro grandes pirâmides destacando-se sobre o tapete verde. Bandos de papagaios voam em torno do alto das árvores, juntamente com tucanos e outros pássaros tropicais. Para a suprema experiência em Tikal, vá ao Templo IV ao entardecer.
Daniel Schechter, co-autor de Guatemala, da Lonely Planet
COMO CHEGAR
• Partindo de São Paulo, a Copa voa para a Cidade da Guatemala (conexão no Panamá). Avianca e Taca também fazem o percurso, com conexão em Miami, e preços semelhantes. A própria Taca e TAG Airlines fazem o voo interno da Cidade da Guatemala para Flores-Tikal.
QUANDO IR
• A melhor época para visitar Tikal é entre dezembro e fevereiro, quando as chuvas se foram e as tardes são mais frescas.
ONDE FICAR
• Muitos visitantes ficam nas cidades de Flores e El Remate, mas tente o Jungle Lodge, que fica no próprio sítio histórico. Antiga acomodação de arqueólogos, este hotel tem ótimos bangalôs e um bom restaurante também (a partir de US$ 100).
• Os ônibus da San Juan Travel partem de Flores a cada hora, a partir das 5h; qualquer hotel em Flores ou El Remate pode comprar sua passagem (US$ 15). La Casa de Don David, em El Remate, oferece visitas ao local.
OUTRAS SUGESTÕES
• Visitar as pirâmides de Gizé, no Egito
• Conhecer o Taj Mahal, em Agra, Índia
• Ouvir histórias de aborígenes em volta de uma fogueira de acampamento no Outback, o sertão australiano
• Explorar os templos de Angkor, no Camboja
Dirigir nas ruas de Mônaco é o teste decisivo de um piloto de F-1
Dirigir nas ruas de Mônaco é o teste decisivo de um piloto de F-1
Quando você vai a Mônaco pela primeira vez para o Grand Prix, pode ser que fique impressionado com a vista do porto e do Mediterrâneo, mas… onde fica a pista? Por fim, descobrirá a pista quase tropeçando nela. Algumas marcas de derrapagem e meio-fios listrados indicam onde ela fica. Cinco passos depois, você está do outro lado. É ali que os carros de Fórmula-1 correm a mais de 300 quilômetros por hora? Inacreditável.
Nada pode preparar você para o impacto visceral de um carro de F-1 passando nesse cenário. O som – um grito alto e diabólico, pontuado por estouros agudos e o sopro da aerodinâmica – leva você a tapar os ouvidos, e é duplicado pelos prédios aglomerados uns aos outros nos dois lados da pista. E isso é apenas quando um carro passa. Experimente 24 carros freneticamente agrupados. E tudo isso em um dos lugares mais glamourosos do planeta? Não é por acaso que chamam o GP de Mônaco de “a joia da coroa da F-1”.
COMO CHEGAR
• Os voos de São Paulo para Nice são oferecidos pelas empresas Iberia, Swiss, Alitalia, Air France, KLM e Tap Air Portugal. A Heli Air Monaco oferece viagens de helicóptero.
ONDE FICAR
• As reservas em hotéis devem ser feitas com antecedência. O Hôtel de France é uma boa opção com preço médio, quartos de tamanho generoso e localização central (a partir de € 80).
ONDE ASSISTIR
• A tribuna M é quase imbatível, perto de um dos pontos onde os carros passam mais velozes, a seção da “Piscina”. As tribunas L, N, O e P também cobrem essa seção. Verifique se há uma TV na área para ajudá-lo a acompanhar a corrida.
MAIS INFORMAÇÕES
• Para ver um mapa do circuito e obter informações sobre a corrida, acesse o site da F1.
OUTRAS SUGESTÕES
• A Copa do Mundo de futebol
• Tênis no All England Club, em Wimbledon
• Um jogo de futebol em Camp Nou, Barcelona
• Os Jogos Olímpicos
O Bar Monserrate, perto da Bodeguita, é frequentado por bebedores de rum
O Bar Monserrate, perto da Bodeguita, é frequentado por bebedores de rum
Não há melhor maneira de começar a conhecer a cultura cubana do que tomando um mojito em um bar de Havana. Os mojitos (uma viciante combinação de hortelã, limão, água gasosa, açúcar e rum branco) estão intimamente associados à Bodeguita del Medio, um bar movimentado em Havana Velha, com barulho de copos batendo e uma música que aproxima turistas e moradores em meio à disputa natural por espaço. Escondido nos fundos há um restaurante igualmente agitado, onde garçons com camisas guayabera servem pratos de ropa vieja (carne desfiada).
Para uma experiência cubana ainda mais autêntica, caminhe no sentido oeste até o Bar Monserrate, que consegue manter um clima típico de bairro. Ali, volte a beber seus mojitos junto a donas de casa de rolinhos no cabelo, trovadores de folga, com camisetas de Che, bebendo rum puro, sem gelo. É difícil não ser envolvido pela combinação de conversa ruidosa e surtos espontâneos de dança.
Brendan Sainsbury, autor de Cuba, da Lonely Planet
COMO CHEGAR
• Aeromexico e Copa têm voos de São Paulo para Havana.
QUANDO IR
• A melhor época para visitar Havana é de novembro a março, depois da temporada de furacões.
PASSEIOS
• A San Cristobal Agencia de Viajes (Calle Oficios 110) realiza passeios para beber rum.
ONDE FICAR
• Hospede-se no El Mesón de la Flota Rooms, uma antiga taberna espanhola (a partir de US$ 105).
OUTRAS SUGESTÕES
• Vinho na Viña De Martino, no Vale do Rio Maipo, no Chile
• Chá no Glenary’s, em Darjeeling, Índia
• Champanhe no Royal Champagne Hotel, em Epernay, França
• Uísque na Destilaria Bruichladdich, em Islay, nas ilhas do Oeste, na Escócia
Trens na estação de Irkutsk, na Sibéria: porta de entrada para o grande lago Baikal
Trens na estação de Irkutsk, na Sibéria: porta de entrada para o grande lago Baikal
A melhor viagem do mundo não é a mais bonita. Em seus 9.113 quilômetros entre Moscou e Vladivostok, a Ferrovia Transiberiana oferece vistas que podem entediar até mesmo a pessoa mais curiosa: uma monótona paisagem de bétulas e taiga, intercalada de vez em quando por campos planos, represas, rios largos e um ou outro pico coberto de neve. Mas a viagem – em que o tempo é medido por dias, e não por horas – é, de fato, excelente.
Para iniciantes, não há outro lugar onde é mais fácil vivenciar a característica personalidade dos russos. Ao entrar em uma cabine com quatro leitos, você geralmente é tratado como membro da família. Seus companheiros de cabine poderão pôr um lençol em sua cama, alimentá-lo com tomates cultivados em suas casas e lhe servir vodca de suas garrafas congeladas. Em algumas semanas passadas em trens russos, conheci mulheres parecidas com Joe Pesci que me tiraram do assento para admirar represas passando, ginastas fracassados saltando para camas de beliche como se estivessem revivendo seus momentos olímpicos, artistas de heavy metal entrando para oferecer desenhos como suvenir e avós bebendo vodca devagarzinho até as 3h. Esses elencos de personagens vêm e vão – dependendo de onde seja sua próxima parada.
Ocupe o tempo lendo um romance de Dostoiévski, ou devorando um macarrão chinês preparado no corredor do trem. Dias depois, quando saltar do trem – e fizer um intervalo em sua viagem – pode ser que você se veja nas profundezas da Ásia, como na distante Irkutsk (porta de entrada para o lago Baikal, que tem o tamanho de um mar). A Rússia é enorme. E é preciso um trem para perceber isso.
Robert Reid, co-autor de Trans-Siberian Railway, da Lonely Planet
COMO CHEGAR
• Ibéria, Alitalia e Swiss voam para Moscou, saindo de São Paulo. A Russian Railways só vende passagens com 45 dias de antecedência; reserve o mais cedo possível para o período de julho e agosto.
QUANDO IR
• O verão no hemisfério norte (julho e agosto) é o período mais movimentado, mas até a Sibéria fica quente nessa época – e o ar-condicionado do trem vai e volta. Programe-se para junho ou fim de setembro para encontrar menos gente e sentir menos calor; ou vá em março, o melhor mês do inverno para viajar.
CIRCULANDO
• Mesmo que você fale um pouco de russo, a Rússia não é um país fácil ou barato para circular. No caminho, você pode fazer reservas para passagens online (guarde um pouco de paciência para as lentas conexões de internet).
OUTRAS SUGESTÕES
• Dirigir um 4×4 na Rota da Seda, de Tashkent, no Uzbequistão, até Xian, na China
• Viajar de barco pelo rio Amazonas
• Seguir de caminhão do Cairo à Cidade do Cabo
• Dirigir um carro pela Pacific Coast Highway de Los Angeles a São Francisco
As praias de Ko Kood costumam ser desertas, em contraste com a maioria das ilhas tailandesas
As praias de Ko Kood costumam ser desertas, em contraste com a maioria das ilhas tailandesas
As areias de Ko Kood prolongam-se infinitamente, cercando baías de águas calmas, verde-azuladas, pontuadas de palmeiras. Em meio à floresta, os poucos resorts da ilha têm, quase todos, sua própria praia branca com corais inexplorados por perto. Contrastando com as multidões encontradas nas praias mais populares da Tailândia, Ko Kood é uma ilha de pescadores, onde os moradores recebem os visitantes com sorrisos tímidos e curiosos. Em Ko Kood, pode ser que você passe por meninos dispostos a dividir uma manga com você, moradores banhando búfalos no rio Khlong Chao e avós preparando saladas com mamão nas barracas onde vendem comida.
Na praia, é possível caminhar durante uma hora sem ver outro ser humano, até chegar a uma das vilas, onde mulheres de pescadores limpam peixes e frutos do mar em cabanas toscas. Nas cataratas de Khlong Chao, você desce de caiaque até uma piscina natural. É possível também mergulhar nos corais do arquipélago. E onde quer que você vá, todos o cumprimentam.
Celeste Brash, co-autora de Thailand’s Islands and Beaches, da Lonely Planet
COMO CHEGAR
• É possível combinar um voo da TAM até Londres, com outro da British Airways até Bangcoc. A maioria dos resorts organiza o transporte na Tailândia como parte de seus pacotes. De Bangcoc, siga de avião, carro particular ou ônibus para Trat, onde há serviços de barco disponíveis.
QUANDO IR
• A melhor época para visitar a ilha é de novembro a abril – é a estação seca e os serviços de barco são regulares.
ONDE FICAR
• As casas do Shantaa Resort têm banheiros com jardim a céu aberto, duchas e banheiras do tipo spa (para mais de quatro pessoas, a partir de US$ 160).
OUTRAS SUGESTÕES
• Numa casa na árvore, na selva da Costa Rica
• Numa fazenda na Toscana
• Numa rede no terraço de um jardim no Marrocos, bem acima do caos nas ruas
• Navegando no Caribe
A visibilidade excelente facilita a observação de gorilas nas montanhas em Mgahinga
A visibilidade excelente facilita a observação de gorilas nas montanhas em Mgahinga
Poucas experiências na vida – relacionadas a animais selvagens ou não – são mais estimulantes do que ficar perto de gorilas. Depois de três horas de trilha, subindo o monte Sabyinyo, o primeiro gorila selvagem que eu vi na vida veio realmente me ver. Era um macho jovem, mas ainda desajeitado, que cruzou calmamente nossa trilha, passando tão perto que eu poderia ter tocado nele. Em seguida, ele desabou sobre um gramado próximo de onde estávamos para nos observar observando-o. Para qualquer pessoa, ver um gorila pela primeira vez é um momento de alta adrenalina. Fitar aqueles olhos curiosos foi uma sensação maravilhosa que carrego comigo até hoje. Os outros gorilas do grupo – todos eles acostumados à presença humana – comeram, tomaram sol, brigaram e deram cambalhotas sem se importar conosco, aparentemente como se durante aquela hora fizéssemos parte da família deles – quer dizer, todos exceto um gorila de 200 quilos que ficou nos olhando com desconfiança, como se fosse para nos lembrar que ele tinha força suficiente para rasgar uma pessoa em pedaços se quisesse.
Procurar gorilas não é o programa de férias mais fácil e mais barato, mas nenhum outro oferece a oportunidade de penetrar tão completamente em um mundo de animais selvagens. No momento em que você fizer isso, saberá que as horas que passou subindo encostas e enfrentando lama e chuva valeram a pena.
Tim Bewer, co-autor de West Africa, da Lonely Planet
COMO CHEGAR
• A South African Airways tem voo partindo de São Paulo para Kampala, em Uganda, com conexão em Joanesburgo (África do Sul). A viagem de ônibus de Kampala para Kisoro – a cidade que é porta de entrada para o parque nacional – é barata e demora meio dia. O aluguel de um carro e voos charter são extremamente caros. A licença para fazer a trilha custa US$ 520.
QUANDO IR
• Os períodos mais secos são de janeiro a fevereiro e de junho a setembro.
ONDE FICAR
• A melhor hospedagem é no rústico e relaxante Travellers Rest Hotel, que a zoóloga Dian Fossey chamava de sua “segunda casa”. Os quartos duplos custam a partir de US$ 75.
OUTRAS SUGESTÕES
• Os “cinco grandes” do safári no Quênia (leão, leopardo, rinoceronte, elefante e búfalo)
• As tartarugas gigantes no vulcão Alcedo, nas ilhas Galápagos
• Orangotangos na selva do Parque Nacional Gunung Leuser, no norte da Sumatra, na Indonésia
• Ursos polares em Churchill, Manitoba, Canadá