Como dizem filho de peixe peixinho é… Essa foi a vez do meu pai se aventurar em uma viagem de moto pela América do Sul.
A rota completa saindo de São Paulo, passou pelo Atacama, depois desceu para Santiago, voltando por Mendoza, Uruguaiana no Rio Grande do Sul e voltando para São Paulo.
Nesse post vou descrever um pouco desse primeiro trecho SP-Atacama.
A rota inicial é de São Paulo a Foz do Iguaçu- que você pode conferir bem descrita nesse outro post.Foz do Iguaçu de Carro saindo de SP.
Depois de Foz que o caminho se destina ao norte chileno.
A saída do Brasil se dá pela Argentina, em Puerto Iguazu.
Outra possibilidade seria cruzar por dentro do Paraguai, mas devido ao alto índice de roubos de veículos, as seguradores não aconselham, e o seguro para quem quiser rodar dentro do Paraguai pode até dobrar de valor.
Para sair do país de carro ou moto é necessário a apresentação do Seguro Verde, esse seguro garante a cobertura contra terceiros em qualquer país da América do Sul. O seguro pode ser solicitado através de bancos ou seguradoras de veículos.
Seguindo pelo Norte da Argentina a primeira parada foi em Presidencia Roque Saenz Peña.
A segunda maior cidade do Chaco Argentino, se destaca pelas fontes de águas termais. A cidade tem boa estrutura tanto hoteleira como para serviços em geral.
Outro fator importante sempre questionado em fóruns e blogs de viagens de moto e a questão do combustível no Norte da Argentina, como a região é pobre, e os postos de gasolina-Estaciones de servicio. São escassos é interessante se precaver e carregar gasolina extra em galões externos.
É bom ficar ligado que a propina rola solta na Argentina, e todo o Norte do país é conhecido pela rigidez policial, se qualquer infração encontrada não hesitam em dar seu preço. As vezes a conversa começa com um simples, – Mas você não vai deixar um dinheirinho para a gente pintar a estação policial.
Vale lembrar que os postos de gasolina não aceitam cartões de crédito, porém tanto o Real Brasileiro como o Dólar são bem aceitos, mas para um melhor cambio vale a pena trocar as moedas por Pesos Argentinos uma vez que entrar no país.
No site http://dolarblue.net/ você consegue ter uma ideia da cotação atual exercida no país. Com a política argentina de restringir o cambio de moedas, até os postos de gasolina fazem as vezes de casa de cambio. A diferença entre o cambio “azul” paralelo para o oficial pode chegar a até o dobro.
Seguindo viagem depois de Presidencia Roque Saenz Peña é que a parte mais pobre do país mostra as caras.
O trecho de 680km até San Salvador de Jujuy passa pelo Pampa del Inferno, e pelo Monte Quemado, apelidos carinhosos para descrever a calor da região. Sem muita mudança de paisagem, é um dos trechos mais cansativos da viagem.
Os lugarejos não oferecem muita estrutura e é nesse trecho que o risco de ficar sem gasolina aumenta. Se você tiver a sorte de chegar a um posto e esse tiver sem combustível disponível, não há muitas opções além de sentar e esperar o caminhão de abastecimento.
Em San Salvador de Juyjuy já há alguma estrutura, com alguns interesses turísticos como a Quebrada Humanhaca, patrimônio da UNESCO, e alguns cânions e montanhas na região. Com bastante influência boliviana a cidade foi a terceira parada.
Outra opção seria sair para Salta -boa parada para curtir um Casino -a cidade oferece algumas opções turísticas para quem quiser desmembrar a viagem ali.
De lá a viagem independente da parada em Salta ou Jujuy a viagem continua para San Pedro do Atacama.
Seguindo viagem pela Ruta 52, é bom ficar esperto pois o Google Maps não reconhece essa estrada, Purmamarca é a última cidade antes dos Caracoles- estrada de elevação da cordilheira.
Lá é possível descolar algumas folhas de Coca para evitar os efeitos da altitude. Nesse trecho em cerca de meia hora de viagem você sobe a uma elevação de 4780 metros.
Os efeitos podem ser variados como enjoo, náuseas e dores de cabeça. Para contrabalancear é recomendado as Folhas de Coca ou analgésicos.
Esse trecho é bom ficar esperto com a questão da gasolina, novamente, há um bom posto na divisa dos países ao lado da fronteira. Mas até a última cidade da Argentina que é Susques, não há muitas opções de postos, e a possibilidade de encontrar os dois postos da beira da estrada sem gasolina é alta.
Foi ai que os problemas foram maiores e tive que entrar no vilarejo de Susques para conseguir abastecer, nesse posto:
O processo de saída da Argentina e entrada no Chile se dá lado a lado nos galpões da aduana, há um processo mais burocrático-no entanto educado- com revistas e checagem de documentos, sem filas o processo não é muito demorado.
De Susques até San Pedro do Atacama são 283 km, o trecho mais bonito da estrada, a passagem pela cordilheira dos andes é um brinde ao viajante.
Chegando em San Pedro do Atacama, encontrasse uma cidade simples de cores neutras no meio do deserto, totalmente voltada para o turismo há diversas opções de hospedagem.