O Mercado Novo de Florença existe desde que a loggia, onde ele funciona, foi construída no século XVI, quando tecidos – especialmente a seda – eram comercializados ali, uma vez que Florença era especialista no tingimento da seda desde a Idade Média. Ali também encontramos a Fontana del Porcellino.
O nosso destino naquela tarde de domingo não era visitar o Mercato Nuovo. Estávamos a caminho do hotel quando ele apareceu em nosso percurso e nos detivemos por uns instantes ali, antes de seguirmos em frente.
Nossa caminhada
Fontana del Porcellino
Ponto de encontro após a Maratona di Firenze: a Basilica di Santa Croce
Findada a Maratona de Florença, da qual o Léo participou, era hora de nosso almojanta. Em dias assim, de corridas de longa distância, juntamos as duas refeições. Escolhemos experimentar o Mercado Central da cidade, lugar que tinha lido boas críticas.
Corra a Maratona de Florença com o Léo:
+ Maratona di Firenze
Antes disso, porém, o Léo precisava passar no hotel para tomar um banho e trocar a roupa suada. Afinal, ele correu por mais de 4 horas numa suadeira danada. Além do mais, Florença estava fria e a roupa, naturalmente, era inadequada.
Durante o tempo em que Léo corria a Maratona di Firenze, eu perambulava sem rumo ou destino pela cidade, mergulhada em suas cores, nuances e movimento. Eu reinventei Florença em minha memória nestas horas de solidão. Ela ganhou novo sabor para mim.
Nosso ponto de encontro foi nas escadarias da bela Basilica di Santa Croce. De lá, seguimos caminhando para o hotel. No caminho fomos contando um ao outro como foi nossa manhã: ele narrando a emoção de mais uma maratona e eu compartilhando as minhas descobertas pela cidade. Foi assim, distraídos que nos vimos diante do Mercado Novo, também conhecido como Mercato Del Porcellino.
Entre conosco em Santa Croce:
+ A Basilica di Santa Croce
Embora porcellino em português signifique porquinho, a razão do nome do mercado deve-se à escultura de bronze de um javali, em uma das entradas da Loggia onde funciona o mercado.
A Fontana del Porcellino e suas lendas
Fontana del Porcellino
A Fontana del Porcellino
Florença a esta altura já estava bem mais movimentada que no início daquele domingo, embora muitas ruas ainda estivessem fechadas, pois alguns maratonistas ainda não tinham concluído a prova. O Mercado Novo estava especialmente cheio e por isso mesmo, não gostando de multidões, apenas o observei por fora.
O javali de Florença, que é na verdade a Fontana del Porcellino, guarda uma lenda. Dizem que todos aqueles que desejam voltar à cidade de Florença devem esfregar o focinho do bicho. Imagino que a vontade de voltar seja de muitos uma vez que seu nariz está bem gasto.
Para quem deseja sorte ou dinheiro, deve colocar uma moedinha na boca do javali, por onde sai água, e rezar para que ela caia pela mesma grade por onde entra a água que cai da boca do Porcellino.
Há variações: há quem diga que a moeda não pode tocar na grade, há quem afirme que tem que esfregar a moeda no focinho do javali antes de coloca-la em sua boca… Há ainda aqueles que insistem vezes sem conta até que a moeda caia onde tem que cair!
O fato é que nós não tínhamos moeda e então apenas esfregamos o focinho do bicho e o Porcellino ficou mesmo a ver navios conosco, sendo obrigado a contentar-se apenas com a esfregadinha no nariz e em sentir o gosto da medalha que Léo ganhou por ter cruzado a linha de chegada da maratona e colocou em sua boca.
De qualquer modo eu considero muita sorte se um dia puder visitar Firenze novamente. Se o porquinho nos assegurar isso, por conta do carinho em seu focinho, já estou feliz demais e devotarei todo o meu amor a ele!
Mesmo ele sendo um queridinho entre os turistas desejosos de alguma sorte, nosso javali é apenas uma réplica feita em 1988, cópia da cópia da cópia feitas em séculos distintos como o XVI e III a. C..
O tempo passa e o Mercado Novo muda de cara
No século XVIII o comércio no Mercado Novo passou a comercializar objetos de palha e por isso começou a ser conhecido também como Mercato della Paglia. Atualmente vende souvenires e objetos de couro.
Funciona todos os dias das 08:00 até o anoitecer e as barraquinhas mudam de posição constantemente.
Depois de nosso encontro com a Fontana del Porcellino, fomos em frente com direção ao hotel. A estas alturas a fome já estava indecente e Léo começava a sentir frio.
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A Fontana del Porcellino carrega lendas! Não deixe de acarinhar o bichinho quando estiver em Florença. Nunca se sabe né?!