Biografias Urbano II
Nome: Otão de Laguery
Local e ano do nascimento: Ckâtillon-Sur-Mane, França, 1042(?)
Local e ano do falecimento: Roma, 1099
O papa Urbano II viveu em um tempo em que a Igreja passava por reformas, nas quais ele teve grande participação.
Nascido em Ckâtillon-Sur-Mane, na província de Champagne, na França, era membro de uma família nobre e foi batizado como Otão de Laguery. A data de seu nascimento é discutível, mas o provável ano de seu nascimento é 1042.
Estudou em Reims, onde se tornou clérigo, mas não tardou muito e entrou para a Ordem Beneditina, quando se dirigiu para o grande mosteiro de Cluny, no qual tornou-se prior.
Sua permanência em Cluny foi curta, pois foi enviado a Roma, onde o papa Gregório VII requisitava-o para auxiliá-lo na difícil tarefa de reformar a Igreja. Logo depois de sua chegada a Roma, foi nomeado cardeal bispo de Óstia e foi delegado para a Alemanha (1084-84). Certa vez quando se dirigia a Roma foi retido pelo imperador Henrique IV, ficando em estado de semiprisão, por um curto período de tempo.
O imperador Henrique IV, elegeu um antipapa, Clemente III de Ravenna, para que este fizesse o que fosse do interesse do imperador, o qual foi excomungado da Igreja Católica.
Com a morte de Gregório VII, Otão foi candidato a sucedê-lo, isto por fazer parte do colégio cardinalício. No entanto, o eleito, Vítor II (1088) faleceu rapidamente.
Em uma reunião em Terracina, foi declarado que Gregório VII e Vitor II haviam sugerido o nome de Otão como sucessor de Pedro, desta forma, no dia 12 de março de 1088, Otão foi eleito sumo pontífice, passando a chamar-se Urbano II.
Em seu primeiro ato exortou os príncipes e bispos, que haviam sido fiéis aos dois últimos papas, a serem fiéis também a ele e declarou a sua intenção de prosseguir com a política que Gregório VII iniciara, afirmando “tudo aquilo que ele rejeitou, eu rejeito, o que ele amou, eu abraço, o que ele considerou católico, eu confirmo e aprovo”.
Como grande conhecedor do Direito canônico, utilizava-se com grande freqüência da diplomacia, pois esta era muito necessária, em virtude de Roma estar tomada pelo antipapa e seus seguidores. Urbano II confirmou o isolamento destes e também do imperador Henrique IV, todos estes eram anátema, não fazendo mais parte da Igreja.
Urbano II apoiou Conrado, o filho rebelde do imperador, que juntamente com Matilde da Toscana e Guelfo V da casa da Baviera, eram hostis ao imperador, e desta forma deram grande apoio a ele, para que entrasse em Roma e assumisse sua posição legítima.
Urbano II entrou em Roma graças à diplomacia, mas também por meio de batalhas, onde suas tropas enfrentaram as do antipapa por três dias até derrotá-las, possibilitando sua entrada na Basílica de São Pedro. Desta forma manteve seu prestígio para com os príncipes europeus, principalmente os ibéricos, e em particular o rei da França, Felipe I, que havia sido excomungado por adultério e se reconciliou com a Igreja em 1095.
Ainda em 1095, convocou os bispos para um concílio, no qual dentre outras coisas declarou inválidas as ordenações realizadas por eclesiásticos simoníacos. Em seu trabalho de reforma, trabalhou para reunir as duas Igrejas, a ortodoxa e a católica, estabelecendo contatos com o patriarcado e a corte Bizantina. Alexus I, imperador bizantino, enviou diplomatas para que estes pedissem a ajuda de Roma contra os turcos, os quais eram uma séria ameaça à Constantinopla.
Urbano II convocou um sínodo, encontro de bispos, o qual reuniu-se em Clermont, em outubro de 1095, para discutir entre outros fatos, o apoio à igreja do Oriente. Muitos nobres estavam presentes ao sínodo e ficou definido que um exército, composto de cavaleiros e homens a pé deveria dirigir-se à Jerusalém, para salvá-la e auxiliar as igrejas da Ásia contra os sarracenos.
As pessoas que participassem desta cruzada, receberiam a indulgência plenária, tendo todos os seus pecados e suas conseqüências excluídas.
Em certa ocasião, quando Urbano II esteve na França, foi saldado com grande júbilo pela população, que o esperava pela jornada de libertação de Jerusalém. A data marcada para o início desta foi 15 de outubro de 1096.
Muitos haviam pedido ao papa que conduzisse a cruzada pessoalmente, mas ele designou Ademar, bispo de Le Puy, para difundir a idéia da cruzada, enviando cartas aos bispos que não puderam ir ao encontro e também aos clérigos de toda a Europa, para que ficassem sabendo das pretensões de libertar a cidade onde Cristo havia pregado e sofrido seu martírio.
No entanto, Urbano II não pode participar dos acontecimentos que havia preparado com tanto esmero, pois faleceu poucos dias após a tomada de Jerusalém pelos cruzados (26 de julho de 1099) não recebendo a notícia de seu tomada. Foi sepultado na cripta da Basílica de São Pedro, perto da tumba de Adriano. Urbano II é venerado pela Igreja Católica, como beato.