PRAIA DO JACARÉ: O PÔR DO SOL MAIS FAMOSO DA PARAÍBA

Assistir ao pôr do sol na praia é uma experiência que costuma emocionar até os mais insensíveis. Há beleza e simbolismo: a transição do dia para a noite, a conclusão de mais um ciclo. Quando esse momento é acompanhado de trilha sonora, se transforma em um espetáculo. Na Praia do Jacaré, na Paraíba, uma tradição de mais de 14 anos promove uma sintonia entre música clássica e natureza. A cada pôr do sol, Jurandy do Sax sobe ao seu barquinho e toca a música Bolero, do compositor francês Maurice Ravel, enquanto a noite surge no horizonte.

Muitos turistas e paraibanos percorrem diariamente o caminho de João Pessoa até o município de Cabedelo, na região metropolitana, só para apreciar o famoso Bolero de Ravel, na Praia do Jacaré (que não é uma praia marítima e sim fluvial, banhada pelo rio Paraíba). Não confunda a música clássica de nome Bolero com o ritmo bolero, que tem raízes hispano-americanas e costuma ser mais dançante. A trilha sonora no Jacaré é a da música clássica, executada por um saxofonista.

O que começou como uma confraternização entre amigos, se tornou um evento oficial e turístico de grande apelo. Não é raro, principalmente no verão, ver vários ônibus de excursão estacionando próximo ao local.

Como chegar
Quem vem de carro precisa pegar a BR 230 até o município de Cabedelo, contornar o Portal de Intermares e seguir as indicações que levam à Praia do Jacaré. Quem depende do transporte público, tem a opção de pegar um ônibus a partir do Terminal de Integração no bairro do Bessa, em João Pessoa, que passa próximo à Praia do Jacaré: o 5104-Jacaré/Intermares. Não leva mais de 30 minutos.

Para quem está no centro de João Pessoa, os ônibus 513-Tambaú/Bessa, 601-Bessa/Manaíra Shopping e 603-Bessa/Bessa Shopping levam ao Terminal do Bessa. Para quem quer mais conforto, o táxi costuma custar R$ 30 de Tambaú até a Praia do Jacaré. Pode ser uma boa opção principalmente na volta do passeio, porque o caminho da Praia do Jacaré até o ponto de ônibus que fica na BR é meio sinistrinho à noite.

Melhor horário
Pela posição geográfica, o pôr do sol na região costuma acontecer mais cedo que o habitual em outras cidades brasileiras: por volta das 17h no verão. Por isso, o melhor a fazer é chegar entre 15h30 e 16h para dar tempo de passear pela região e encontrar um bom mirante. Ah, e o espetáculo acontece inclusive em dias nublados ou chuvosos. Portanto, tempo ruim não é um impedimento. Pode não ser tão incrível como em dias ensolarados e com céu azul. Mas se você está nas proximidades, não vai querer perder a oportunidade, não é? Normalmente, às 18h, depois que o sol já se pôs, alguns restaurantes e bares tocam a Ave Maria, seguindo a tradição católica que também é forte na Paraíba.

Opções para ver o pôr do sol
Há basicamente três opções para apreciar o Bolero de Ravel: bares que ficam à beira do rio Paraíba, catamarãs estrategicamente localizados no rio e muretas ao lado dos bares (essa foi a minha opção). Qual a melhor delas? Avalie o seu estilo. Para assistir ao pôr do sol nos bares é preciso chegar mais cedo, por volta das 15h, para garantir um bom lugar. Além do que você vai consumir no bar, é cobrado um couvert artístico, que custa em média R$ 7 por pessoa. As vantagens são o conforto de estar sentado, com bebidas e comidas na mesa, e uma visão bem próxima do barquinho do Jurandy do Sax.

Os catamarãs ou demais embarcações costumam cobrar R$ 20. Dão uma volta pelo rio Paraíba e se posicionam muito próximos ao barquinho do Jurandy (mais até do que nos bares). A desvantagem é que você assiste ao espetáculo de costas para o sol. O saxofonista estará bem iluminado, porém não vai rolar aquela imagem da silhueta com o pôr do sol ao fundo. Quem é mais mão de vaca pode ficar nas muretinhas. É um pouco mais longe do espetáculo, mas você vê bem tanto o músico quanto o pôr do sol. Ah, e é de graça, né.

Atrativos da região
Antes e depois do pôr do sol, dá para passear pela feira de artesanato e experimentar algumas comidas locais. A orla da Praia do Jacaré tem um pequena, mas satisfatória estrutura com pracinha, restaurantes, bares, lojas e barracas de artesanato. Quer algo bem típico para comer? Que tal a tradicional tapioca de coco? Ou até com sabores mais exóticos como açaí e sorvete?

Artesanatos vão desde souvenirs como chaveiros e camisas, até bonecas de pano, chapéus e artigos decorativos para o lar. Também é comum presenciar diferentes artistas, que apresentam shows de forró pé-de-serra e MPB. As atrações não costumam ir muito além das 20h durante a semana, mas nos fins de semana de alta temporada, podem ser estendidas para mais tarde.

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