Pete Best

Pete Best, nascido Randolph Peter Best em 24 de novembro de 1941, em Madras (atual Chennai), na Índia, é um músico britânico mais conhecido por ter sido o primeiro baterista dos Beatles. Embora tenha tocado com a banda durante seus primeiros anos e participado de importantes shows, ele foi demitido pouco antes do grupo alcançar a fama mundial. Após sua saída dos Beatles, Best continuou sua carreira musical com outras bandas e mais tarde retomou sua trajetória com a Pete Best Band.

Pete Best

Infância e Primeiros Anos

Pete Best nasceu na Índia Britânica, onde seu pai servia no exército. Após a morte do pai durante a Segunda Guerra Mundial, sua mãe se casou novamente, e a família se mudou para Liverpool, Inglaterra, em 1945. Lá, sua mãe, Mona Best, abriu o Casbah Coffee Club no porão de sua casa, que rapidamente se tornou um ponto de encontro para músicos locais. O clube ajudou a lançar as carreiras de várias bandas de Liverpool, incluindo os Quarrymen, uma formação inicial dos Beatles composta por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ken Brown.

Entrada nos Beatles

Observando o interesse de Best pela música, sua mãe lhe comprou uma bateria, e ele formou sua própria banda, chamada Black Jacks. Em 1960, os Beatles, que precisavam de um baterista para uma turnê em Hamburgo, na Alemanha, convidaram Best para se juntar a eles. O convite veio pouco antes de uma residência em Hamburgo, onde a banda se apresentaria por longas horas, o que ajudou os músicos a aperfeiçoar suas habilidades.

Durante seu tempo com os Beatles, o visual de Best contrastava com o dos outros membros. Ele mantinha um estilo mais clássico e não adotou o corte de cabelo característico que se tornaria a marca registrada do grupo. Além disso, enquanto os outros integrantes usavam estimulantes para manter a energia durante as apresentações noturnas, Best optava por não usá-los.

Saída dos Beatles

Em 1962, pouco após o retorno dos Beatles à Inglaterra e a assinatura de um contrato de gravação com a Parlophone, Best foi demitido da banda. A verdadeira razão por trás de sua saída nunca foi completamente esclarecida. Sabe-se que o produtor George Martin não ficou satisfeito com sua performance durante uma sessão de gravação e sugeriu a contratação de um baterista mais experiente para os estúdios. Isso pode ter dado aos outros integrantes a oportunidade de substituí-lo. O empresário dos Beatles, Brian Epstein, comunicou a Best sobre sua demissão em agosto de 1962, sendo substituído por Ringo Starr, que se tornaria uma parte crucial do sucesso do grupo.

Carreira Pós-Beatles

Após sua saída dos Beatles, Pete Best se juntou à banda Lee Curtis and the All Stars, que competia com os Beatles no circuito musical de Liverpool. O grupo acabou se transformando na Pete Best & the All Stars, lançando músicas pela Decca Records e mais tarde adotando o nome Pete Best Combo. A banda fez turnês pela Europa, Canadá e Estados Unidos e lançou o álbum Best of the Beatles (1965), cujo título gerou certa confusão entre os fãs, que pensavam que se tratava de uma compilação dos Beatles.

Apesar de continuar na música, Best enfrentou problemas de saúde mental, chegando a tentar suicídio em meados dos anos 1960, sendo salvo por seu irmão mais novo e por sua mãe. Ele também passou por uma fase em que se afastou da música, trabalhando em uma fábrica de pães e depois como funcionário público por cerca de 20 anos.

Retorno à Música e Reconhecimento

Em 1988, Pete Best voltou aos palcos com a formação da Pete Best Band, que realizou turnês ao redor do mundo. Na década de 1990, ele teve um reconhecimento tardio por sua contribuição ao trabalho inicial dos Beatles com o lançamento do The Beatles Anthology, uma série de álbuns que incluía gravações inéditas nas quais Best tocou bateria, como “Cry for a Shadow” e uma versão inicial de “Love Me Do”. Esses lançamentos garantiram a ele royalties significativos, marcando a primeira vez que ele recebeu pagamentos pela sua breve passagem nos Beatles.

O Legado de Pete Best

A história de Pete Best é frequentemente citada como um dos maiores “e se” do mundo da música. Sua saída dos Beatles, seguida pelo sucesso meteórico da banda com Ringo Starr, gerou especulação sobre como as coisas poderiam ter sido diferentes se ele tivesse permanecido. Apesar de sua breve permanência nos Beatles, Best é reconhecido por seu papel na formação inicial do grupo e por ter contribuído para o desenvolvimento da banda durante o período em Hamburgo, onde o som e o estilo dos Beatles começaram a ganhar forma.

Hoje, Pete Best é lembrado não apenas como o “Beatle perdido”, mas também como uma figura resiliente, que continuou sua carreira musical e, eventualmente, encontrou sua própria forma de sucesso e reconhecimento na indústria. Sua vida e carreira, embora muitas vezes ofuscadas pela lenda dos Beatles, servem como um lembrete da volatilidade e das reviravoltas do destino no mundo da música.