OS COMEDORES DE BATATA A HISTORIA

Vincent Van Gogh expressou em uma carta ao seu irmão Théo seu comprometimento em retratar a autenticidade das pessoas em “Os Comedores de Batatas”. Ele descreveu a cena como uma homenagem ao trabalho manual e à comida honestamente adquirida pelas pessoas que cavaram a terra e agora se alimentam à luz de um candeeiro.

Essa obra, um marco na primeira etapa artística de Van Gogh, realizada na Holanda, foi influenciada pelo realismo de Jean-François Millet. Criada em 1885, a peça hoje é uma das principais atrações do Museu Van Gogh em Amsterdã.

Durante esse período, Van Gogh se dedicou a capturar as paisagens holandesas e cenas do cotidiano rural. Em Nuenen, onde sua família vivia, ele produziu aproximadamente 250 desenhos focados na vida dos camponeses e tecelões, encapsulando este momento em “Os Comedores de Batatas”. Ele buscava retratar a realidade crua dos camponeses, uma abordagem onde até mesmo criticou e superou seu modelo inicial, Millet.

Van Gogh realçou as características marcantes dos trabalhadores rurais, como as mãos e rostos rústicos. Ele usou tons escuros para adicionar uma intensidade dramática à obra, mostrando cinco pessoas reunidas em torno de uma mesa simples de madeira. A cena descreve uma família camponesa compartilhando uma refeição modesta, com destaque para o candeeiro a petróleo que ilumina tenuemente o ambiente, enfatizando a pobreza, mas também a união familiar.

A obra reflete a preocupação de Van Gogh em representar a realidade dessas pessoas de maneira fiel, não apenas em relação à comida escassa, mas também na simplicidade da casa e das roupas, ilustrando a realidade da vida rural com uma profundidade social e emocional.

OS COMEDORES DE BATATA
OS COMEDORES DE BATATA

Os Comedores de Batata de Van Gogh

“Os Comedores de Batata” (Aardappeleters em neerlandês), uma renomada obra de Vincent van Gogh concluída em abril de 1885, é um marco na sua trajetória artística. Este quadro, criado durante a estadia do artista nos Países Baixos, reflete a influência do realista francês Millet e a formação artística de Van Gogh, que incluiu estudos de desenho, anatomia, perspectiva em Bruxelas, e um aprofundamento em teorias sobre cores. Durante essa fase, Van Gogh focou em paisagens neerlandesas e cenas rurais, produzindo cerca de 250 desenhos em Nuenen, onde vivia com sua família. A obra retrata vividamente a vida dos camponeses e tecelões, encapsulando a essência desse período.

“Os Comedores de Batata” se destaca por não ser meramente uma representação da realidade, mas sim uma interpretação artística. Van Gogh adotou uma abordagem realista, enfatizando a miséria e a desesperança das classes mais humildes, ao mesmo tempo em que se distanciava das idealizações de Millet. O quadro é notável por sua paleta de cores escuras, com tons terrosos como preto, marrom e ocre, inspirada em Rembrandt, e pela representação da vida camponesa – um tema comum tanto para Van Gogh quanto para Millet.

Duas características definem esta fase da carreira de Van Gogh: o uso de cores escuras e o foco na vida rural. A atmosfera sombria do quadro é iluminada apenas pela luz de uma lâmpada amarela, criando um contraste dramático. Após sua mudança para Paris no mesmo ano, o estilo de Van Gogh sofreu uma transformação radical, evoluindo para o naturalismo e diferenciando-se significativamente de Millet.

As cinco personagens no quadro, que são membros da família Roulin, incluindo o patriarca e carteiro Joseph Roulin, simbolizam tipos sociais da região e aspectos mais amplos da sociedade. Van Gogh usou seus amigos como modelos, sem a intenção de individualizar cada um deles, uma abordagem que ele repetiu em outras obras com temáticas semelhantes. Essa metodologia ilustra a habilidade do artista em capturar a essência da sociedade através de suas representações da vida cotidiana.

A Obra Os Comedores de Batata Incomodou Um dos Seus Amigos

A obra “Os Comedores de Batatas” de Vincent Van Gogh, finalizada em 1885, é uma das mais emblemáticas do pintor, destacando-se por sua expressividade e dramatização de uma cena familiar camponesa. Este quadro, altamente valorizado pelo próprio Van Gogh, enfrentou críticas significativas no seu tempo, inclusive de pessoas próximas ao artista.

Van Gogh considerava “Os Comedores de Batatas” como um de seus melhores trabalhos. Em uma carta à sua irmã Willemina, ele expressou seu orgulho pela peça, ressaltando sua importância. Contudo, na época, a obra foi recebida com desaprovação quase unânime, tanto por amigos, familiares, quanto por compradores potenciais. As críticas refletiram a luta e a trajetória desafiadora de Van Gogh na arte.

Entre os críticos estava Anthon van Rappard, um amigo e colega artista, que expressou em uma carta a Van Gogh suas ressalvas sobre a obra, destacando falhas técnicas e acusando Van Gogh de tratamento superficial do tema. A crítica áspera de Van Rappard, mencionando Millet e Breton, levou ao fim da amizade entre os dois pintores.

Van Gogh, afetado pelas críticas, cogitou refazer a obra, mas nunca chegou a concluir uma segunda versão. Durante um período de turbulência em sua saúde mental, ele revisitou o tema e esboçou novas ideias, mas nunca finalizou uma nova versão antes de seu suicídio em 1890.

Hoje, “Os Comedores de Batatas” é considerada uma das obras mais subestimadas de Van Gogh. O quadro, que não foi vendido ou exposto na época, apenas pendurado na lareira do apartamento parisiense de seu irmão Theo, agora é parte de uma coleção significativa no Van Gogh Museum em Amsterdã. A obra é vista como um retrato autêntico da vida rural, valorizada não pela perfeição técnica, mas pela impressão de vida que transmite.