Duque de Caxias

Duque de Caxias: O Pacificador e Patrono do Exército Brasileiro

Duque de Caxias, nascido Luís Alves de Lima e Silva (1803-1880), foi um dos mais importantes militares e estadistas brasileiros, reconhecido como o Patrono do Exército. Ao longo de sua carreira, destacou-se por pacificar revoltas internas e comandar tropas na Guerra do Paraguai, consolidando sua imagem como O Pacificador. Em sua homenagem, o Dia do Soldado é celebrado no dia 25 de agosto, data de seu nascimento.


Infância e Formação Militar

Luís Alves de Lima e Silva nasceu em 25 de agosto de 1803, na fazenda São Paulo, em Taquaraçu, próximo à atual cidade de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro. Seu pai, Francisco de Lima e Silva, era brigadeiro do Exército Imperial e um dos membros da Regência-Trina que governou o Brasil durante a menoridade de Dom Pedro II. Seu avô, um militar português, havia se instalado no Brasil em 1767, consolidando uma tradição familiar de militares.

Desde muito jovem, Luís Alves foi envolvido no ambiente militar. Com apenas cinco anos, foi simbolicamente registrado no 1.º Regimento de Infantaria de Linha, uma homenagem ao avô, que era Ministro da Guerra. Em 1818, aos 15 anos, ingressou na Academia Real Militar, onde iniciou sua formação como oficial. Depois de formar-se, foi incorporado ao 1.º Batalhão de Fuzileiros, e assim começou sua carreira militar.


Primeiras Missões: A Luta pela Unidade Nacional

Após a Independência do Brasil, Luís Alves participou do Batalhão do Imperador, liderado por seu tio, José Joaquim de Lima e Silva. Em 1823, lutou na Bahia, onde os soldados portugueses resistiam à independência brasileira. Por sua bravura, foi promovido a capitão e recebeu a Imperial Ordem do Cruzeiro das mãos de Dom Pedro I.

Outro desafio em sua carreira foi a Campanha da Cisplatina (1825-1828), conflito entre o Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata pela posse da Província Cisplatina (atual Uruguai). Por seu desempenho na campanha, foi promovido a major e condecorado com as Ordem de São Bento de Ávis e Ordem da Rosa.


A Consolidação da Ordem Interna: O Pacificador

Após a abdicação de Dom Pedro I em 1831, Luís Alves ajudou a organizar a Guarda Municipal Permanente do Rio de Janeiro, uma força militar criada para garantir a estabilidade durante a regência. Em 1839, foi enviado ao Maranhão para conter a Balaiada, uma revolta popular motivada por fome, desigualdade e abusos das elites locais. Ele comandou as tropas imperiais com sucesso e, ao retornar ao Rio de Janeiro em 1841, foi nomeado Barão de Caxias, em referência à cidade que pacificou.

Ao longo da década de 1840, Caxias consolidou sua fama de pacificador, liderando campanhas que puseram fim a revoltas liberais em São Paulo e Minas Gerais. Em Santa Luzia, Minas Gerais, ele venceu um combate decisivo, e em Sorocaba enfrentou seu antigo aliado, o Padre Feijó.

Seu maior desafio interno foi a Guerra dos Farrapos (1835-1845), no Rio Grande do Sul. Nomeado Comandante das Armas e Presidente da Província, Caxias reorganizou as forças imperiais e conseguiu, após dois anos de campanha, encerrar a guerra. Por sua vitória, recebeu o título de Conde de Caxias.


A Guerra do Paraguai (1864-1870): O Último Grande Conflito

A Guerra do Paraguai foi o maior conflito militar da história da América do Sul. O Paraguai, liderado por Solano López, invadiu territórios da Argentina, Uruguai e Brasil com o objetivo de expandir seu território e conquistar uma saída para o oceano Atlântico.

O Brasil, junto com a Argentina e o Uruguai, formou a Tríplice Aliança para combater o Paraguai. Depois de derrotas iniciais, o comando das tropas brasileiras foi entregue a Caxias, que assumiu o cargo de Marechal-General em 1867. Caxias liderou vitórias importantes nas batalhas conhecidas como as “Dezembradas”:

  • Batalha de Itororó
  • Batalha de Avaí
  • Batalha de Angostura
  • Batalha de Lomas Valentinas

Em janeiro de 1869, as tropas aliadas ocuparam Assunção, a capital paraguaia, e encerraram a guerra. Por sua liderança na campanha, Caxias foi agraciado com o título de Duque de Caxias, tornando-se o único brasileiro a receber essa honraria em vida.


Últimos Anos e Legado

Após a Guerra do Paraguai, Caxias, com 66 anos, voltou ao Rio de Janeiro para uma recepção triunfal. Foi nomeado Presidente do Conselho de Ministros e Ministro da Guerra por Dom Pedro II. No entanto, já cansado e doente, retirou-se da vida pública em 1877 para viver na fazenda de seu genro, no interior do Rio de Janeiro.

Em 7 de maio de 1880, Duque de Caxias faleceu no Rio de Janeiro, aos 76 anos. Anos mais tarde, em 1962, o governo brasileiro o declarou Patrono do Exército Brasileiro, em reconhecimento por sua dedicação e lealdade à unidade nacional. Em sua homenagem, o Dia do Soldado é celebrado em 25 de agosto.


Conclusão: O Exemplo do Pacificador

Duque de Caxias é lembrado como um dos maiores líderes militares da história do Brasil. Sua capacidade de pacificar revoltas internas e liderar o país em momentos decisivos, como na Guerra do Paraguai, consolidou sua posição como uma figura histórica de destaque. Seu legado como pacificador e defensor da unidade nacional continua a ser celebrado e inspira o Exército Brasileiro até hoje.

Com uma trajetória marcada pela disciplina, lealdade e serviço ao país, Caxias é um exemplo de liderança e patriotismo que permanece vivo na memória do Brasil.