Dom Pedro II

Dom Pedro II: O Último Imperador do Brasil

Dom Pedro II (1825-1891) foi o segundo e último imperador do Brasil, governando o país por quase cinco décadas, entre 1840 e 1889. Seu reinado ficou conhecido como Segundo Reinado e marcou a consolidação do Brasil como nação independente, com avanços econômicos, culturais e sociais, além de enfrentar importantes desafios políticos. Neste artigo, você descobrirá quem foi Dom Pedro II, quando ele assumiu o trono, suas realizações, o motivo de sua morte e os principais momentos de sua trajetória.


Quem foi Dom Pedro II e como chegou ao trono?

Dom Pedro II, batizado como Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, nasceu em 2 de dezembro de 1825, no Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Ele era filho de Dom Pedro I e da Imperatriz Maria Leopoldina. Com apenas cinco anos, tornou-se príncipe regente quando seu pai abdicou do trono para voltar a Portugal e garantir a sucessão da coroa lusitana.

A infância de Dom Pedro II foi marcada por dificuldades: ele perdeu a mãe ainda bebê e o pai saiu do Brasil, deixando-o sob a tutela do estadista José Bonifácio e, mais tarde, do Marquês de Itanhaém. Sua educação foi rigorosa e incluiu idiomas, ciências, música e artes, o que lhe garantiu a reputação de um dos soberanos mais cultos de sua época.

Devido à instabilidade política do período regencial, que viu o Brasil mergulhar em revoltas internas, foi articulado o Golpe da Maioridade, em 1840, que antecipou sua coroação como imperador com apenas 14 anos.


Quando Dom Pedro II assumiu o trono?

Dom Pedro II assumiu o trono oficialmente em 23 de julho de 1840, ainda adolescente. A partir desse momento, seu governo se destacou por promover a estabilidade política e a modernização do Brasil, pondo fim aos conflitos internos que marcaram o período regencial (1831-1840). Sua coroação formal aconteceu em 18 de julho de 1841.


Realizações do Governo de Dom Pedro II

O governo de Dom Pedro II, que durou 49 anos, promoveu avanços importantes para o desenvolvimento do Brasil em várias áreas:

1. Abolição da Escravatura

Durante seu reinado, foram aprovadas diversas leis abolicionistas:

  • Lei Eusébio de Queirós (1850) – proibiu o tráfico de escravos.
  • Lei do Ventre Livre (1871) – libertava filhos de escravas nascidos a partir daquela data.
  • Lei dos Sexagenários (1885) – concedia liberdade a escravos com mais de 65 anos.
  • Lei Áurea (1888) – assinada pela Princesa Isabel, decretou a abolição total da escravidão no Brasil.

2. Avanços Tecnológicos e Infraestrutura

Dom Pedro II foi um grande incentivador da ciência e tecnologia. Ele apoiou a construção das primeiras estradas de ferro e a instalação de linhas telegráficas. Entre as obras marcantes de seu governo estão:

  • A primeira estrada de ferro do Brasil (inaugurada em 1854);
  • Criação de companhias de navegação a vapor;
  • Desenvolvimento da iluminação a gás nas ruas das principais cidades.

3. Expansão e Conflitos Internos

Dom Pedro II conseguiu pacificar o país após revoltas regionais, como:

  • Revolta dos Liberais (1842), em São Paulo e Minas Gerais;
  • Revolução Praieira (1848), em Pernambuco;
  • Guerra dos Farrapos (1835-1845), no Rio Grande do Sul.

Além disso, ele liderou o Brasil em vitórias internacionais, como:

  • Guerra do Paraguai (1865-1870) – o maior conflito militar da América do Sul, travado em aliança com Argentina e Uruguai contra o ditador paraguaio Francisco Solano López.

Viagens e Cultura

Dom Pedro II era um homem de grande curiosidade intelectual e viajou para diversas partes do mundo. Em suas viagens à Europa, Oriente Médio e Estados Unidos, buscava conhecimento científico e tecnológico para aplicar no Brasil. Ele visitou universidades, museus e manteve correspondências com personalidades como o cientista Louis Pasteur e o compositor Richard Wagner.

No Brasil, o imperador incentivou o desenvolvimento das artes e ciências. Durante seu reinado, apoiou escritores e artistas, como o romancista Machado de Assis e o pintor Pedro Américo.


O Fim do Império e o Exílio

A popularidade de Dom Pedro II começou a diminuir na década de 1880, em parte devido ao fortalecimento do movimento republicano e ao crescente descontentamento dos militares. Em 15 de novembro de 1889, ocorreu um golpe militar que proclamou a República e encerrou o período imperial no Brasil.

Dom Pedro II foi exilado com sua família e embarcou para a Europa. Ele aceitou a mudança com grande serenidade, declarando: “Saio sem mágoas do Brasil e levo comigo a saudade desta terra”.


A Morte de Dom Pedro II

Após o exílio, Dom Pedro II estabeleceu-se em Paris, onde viveu modestamente no Hotel Bedford. Nos últimos anos, ele sofreu com problemas de saúde, agravados pela diabetes e pelo desgaste emocional causado pela perda do trono.

Qual foi a causa da morte de Dom Pedro II?
Dom Pedro II faleceu no dia 5 de dezembro de 1891, aos 66 anos, vítima de pneumonia. Suas últimas palavras foram: “Deus que me conceda estes últimos desejos: paz e prosperidade ao Brasil”.


Legado e Homenagens

O corpo de Dom Pedro II foi inicialmente sepultado em Lisboa, mas em 1920, seus restos mortais foram trasladados para o Brasil e enterrados na Catedral de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro.

Hoje, o legado de Dom Pedro II é lembrado em ruas, avenidas e parques por todo o país. Exemplos disso são:

  • Avenida Dom Pedro II e Rua Dom Pedro II, presentes em várias cidades brasileiras;
  • O Parque Dom Pedro II, em São Paulo;
  • Terminal Parque Dom Pedro II, um importante ponto de integração de transporte público na capital paulista.

Resumo da Biografia de Dom Pedro II

  • Nome completo: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga
  • Nascimento: 2 de dezembro de 1825, Rio de Janeiro
  • Coroação: 23 de julho de 1840
  • Fim do Império: 15 de novembro de 1889
  • Morte: 5 de dezembro de 1891, Paris, França

Dom Pedro II deixou um legado profundo na história do Brasil. Seu governo foi marcado por avanços significativos, mas também enfrentou desafios internos e externos. Mesmo com a queda da monarquia, ele permaneceu um símbolo de estabilidade e progresso, sendo lembrado até hoje como um dos soberanos mais cultos e respeitados de seu tempo.