Diviner’s Sage: A Planta Visionária

O Que é a Diviner’s Sage?

Diviner’s sage, também conhecida como Salvia divinorum, é uma planta alucinógena da família da hortelã (Lamiaceae), endêmica das terras altas de Oaxaca, no México. A diviner’s sage tem uma longa história de uso por xamãs Mazatecas do norte de Oaxaca, que ingerem suas folhas frescas ou preparações de folhas para rituais espirituais e cerimônias de cura, além de seu uso como erva medicinal. Desde o final do século 20, a planta ganhou popularidade como alucinógeno fora de seus usos tradicionais, e a droga é legal em muitos lugares.

Descrição Física

Diviner’s sage é uma planta perene que cresce até cerca de um metro de altura. Como outros membros da família da hortelã, as folhas ovadas são dispostas em pares ao longo de caules ocos e quadrados. As grandes folhas possuem margens dentadas e são frequentemente cobertas por tricomas (pelos foliares) que secretam o composto psicoativo. As flores atraentes são dispostas em verticilos em cachos terminais. Cada flor tem uma corola tubular branca de dois lábios (formada por pétalas unidas) com um cálice violeta de cinco lóbulos (formado por sépalas unidas) na base. A planta raramente produz sementes e é propagada assexuadamente a partir de estacas. É facilmente cultivada em ambientes internos e pode ser cultivada ao ar livre em climas quentes, especialmente em áreas úmidas e subtropicais.

Propriedades Alucinógenas

Diviner’s sage é comumente seca e fumada em cigarros enrolados, inalada através de cachimbos de água ou consumida fresca como droga recreativa; extratos também podem ser colocados sob a língua. O ingrediente ativo, salvinorina A, é um dos alucinógenos naturais mais potentes e induz efeitos intensos, mas de curta duração. A ingestão de quantidades moderadas de salvinorina A leva a mudanças de humor e sensações corporais, incapacitação física, sentimentos de desapego, delírio, paranoia, risadas incontroláveis, experiências místicas e percepções alteradas de si mesmo e do tempo. As alucinações são frequentemente vívidas e bizarras, sendo descritas como cinematográficas ou oníricas. Usuários podem experimentar deslocalização espaciotemporal, sentindo-se em vários locais simultaneamente, ou ter uma sensação de realidades sobrepostas. Efeitos colaterais comuns incluem tontura, fadiga e amnésia. Em doses mais altas, a droga pode causar distúrbios psicóticos graves, que podem continuar por horas após as alucinações terem desaparecido. Embora a planta seja considerada de baixa toxicidade e baixo potencial de dependência, estudos sugerem que a salvinorina A pode precipitar sintomas psiquiátricos em pessoas vulneráveis e pode afetar negativamente a cognição.

Classificação Científica

  • Reino: Plantae
  • Clado: Tracheophytes
  • Clado: Angiosperms
  • Clado: Eudicots
  • Clado: Asterids
  • Ordem: Lamiales
  • Família: Lamiaceae
  • Gênero: Salvia
  • Espécie: S. divinorum

Histórico e Uso Tradicional

A Salvia divinorum, também chamada de ska maría pastora, seer’s sage, yerba de la pastora, magic mint ou simplesmente salvia, é uma planta usada tradicionalmente pelos xamãs Mazatecas para facilitar estados visionários de consciência durante sessões de cura espiritual. A planta é considerada uma encarnação da Virgem Maria pelos Mazatecas, que iniciam o ritual com uma invocação a Maria, São Pedro, a Santíssima Trindade e outros santos. Além disso, é usada em menores quantidades como diurético e para tratar doenças como diarreia, anemia, dores de cabeça, reumatismo e uma doença semi-mágica conhecida como panzón de borrego (barriga inchada).

Descoberta Acadêmica

A Salvia divinorum foi documentada pela primeira vez em 1939 por Jean Basset Johnson enquanto estudava o xamanismo Mazateca. Johnson relatou seu uso e documentou os efeitos por meio de depoimentos pessoais de usuários. Em 2002, Bryan Roth e sua equipe identificaram o mecanismo psicoativo da salvinorina A, que se mostrou um agonista potente do receptor kappa-opioide.

Cultivo e Propagação

Diviner’s sage é normalmente propagada através da reprodução vegetativa. Pequenas estacas, de 5 a 20 cm de comprimento, cortadas da planta-mãe logo abaixo de um nó, enraízam-se em água em duas ou três semanas. A floração ocorre raramente e, quando floresce em seu habitat nativo, ocorre de setembro a maio. As plantas são geralmente clonais e propagadas por estacas devido à baixa produção de sementes viáveis.

Considerações Finais

Diviner’s sage é uma planta com uma rica história cultural e um potencial significativo como alucinógeno. Seu uso tradicional pelos xamãs Mazatecas para rituais de cura espiritual destaca sua importância cultural. No entanto, devido aos seus efeitos psicoativos potentes, o uso recreativo de Salvia divinorum deve ser abordado com cautela. Estudos futuros são necessários para entender melhor sua toxicologia e possíveis usos terapêuticos.