Dias na Suíça

DIA 1 (LUCERNA – WENGEN)

A apreensão inicial de subir na moto some diante de um país tão bonito

Um distante tilintar de sinos ecoa pela pequena cidade de Sarnen nas primeiras horas da manhã, enquanto desconfortavelmente afivelo o capacete que irá proteger-me ao longo de um roteiro de cinco dias de moto pelos Alpes Suíços. O ronco do motor lembra que percorrerei, com independência de tempo e liberdade de movimento, esse país normalmente associado ao formalismo do mundo bancário ou à precisão de um relógio. Partindo dos arredores de Lucerna, situada na parcela alemã de uma nação de quatro idiomas – francês, italiano, alemão e romanche -, a aceleração da máquina em instantes nos conduz às margens do Lago Sarner, o primeiro dos tantos lagos de cor esmeralda que veria nos vales alpinos.

A cenografia obriga o fotógrafo Roberto Seba a inaugurar um gesto que o acompanharia na viagem: pedir uma pausa para descer da moto e clicar. O desejo, prontamente aceito, e a contemplação dos Alpes refletido nas águas do lago são o primeiro indício de que abandonar o eficiente sistema de trens da Suíça será, ao menos dessa vez, uma ideia acertada. Seguindo pelo fundo do vale, a estrada nos conduz a uma sequência de curvas que gradualmente sobe a montanha, para logo depois iniciar a vertiginosa descida ao outro lado, um movimento de sobe e desce que simboliza qualquer passeio pelo país. “Na Suíça, nunca viajamos em linha reta”, diria-me, dias depois, o guia Philipp Steiner, em Lausanne, aludindo à constante necessidade de serpentear as encostas dos Alpes para avançar no caminho.

Cruzamos a vila de Brienz, situada às margens de mais um lago esmeralda, imprensada entre dois altos paredões de granito. As montanhas ainda permanecem verdes no início do outono, cobertas por pinheiros e arbustos, com neve somente nos picos mais altos. Uma estranha estrada muito reta, construída bem no centro do vale e ligando nada a lugar nenhum desperta minha curiosidade. A explicação remonta ao período da Segunda Guerra Mundial, em que muitas pistas de pouso foram construídas em plenos Alpes Suíços. Após aterrisar, os aviões eram escondidos em bunkers abertos dentro da montanha, camuflados nos imensos paredões de pedra, que protegiam, também, tanques, armas e mantimentos. Controlados pelas Forças Armadas, esses esconderijos ainda existem e seguem sendo utilizados. E, como naquela época, permanecem invisíveis.

Próximo à cidade de Interlaken, mudamos o rumo das duas motos Ducati em direção ao Sul, para a pequenina vila de Lauterbrunnen. Nessa época do ano, com temperaturas amenas, o pacato lugarejo erguido ao sopé de imponentes montanhas vê passar os visitantes que vêm conhecer a cachoeira Trümmelbach – uma de 72 quedas d’água nas paredes dos Alpes e a única da Europa acessível por dentro da própria rocha, através de um caminho de túneis e passagens cujo último trecho só foi concluído em 1983. Estamos na região denominada de Jungfrau, nome dado ao pico de 4.158 metros de altitude que reina absoluto na paisagem ao redor. Jungfrau é a montanha mais emblemática da Suiça, constantemente aparecendo em cartões postais e embalagens de chocolate.

O interior da Trümmelbach é úmido e frio, e o barulho da força da água domina o ambiente. Mais de 20 mil litros de água por segundo jorram pelo percurso aberto ao longo de milhões de anos. Não demora muito e já ouço o primeiro “oh my God” de alguém mais extasiado com o poder da natureza. “Os primeiros visitantes da região eram, em sua maioria, ricos ingleses”, conta a jovem Andréa Hass, representante do escritório de marketing que promove as atrações na região de Jungfrau.

A cachoeira de Trümmelbach foi responsável pelo desenvolvimento do turismo local, trono hoje compartilhado com a estação de trem mais alta da Europa, a Jungfraujoch. Localizada a 3.454 metros de altitude, a jornada até a estação férrea no topo do continente pode começar em Lauterbrunnen, um passeio que atrai gente o ano todo. Andréa, porém, conta-me que ir para o alto e depois pular é também a razão de muitos outros que nos últimos anos têm transformado o entorno de Lauterbrunnen em um famoso ponto para saltar de parapente. Observo o céu por alguns instantes e logo vejo uma ou duas pessoas realizando o louco sonho de Ícaro, cruzando o belo vale.

Deixamos as motos em Lauterbrunnen e subimos de trem a montanha em frente até chegar a Wengen, lugarejo ao qual nenhum outro veículo motorizado tem acesso. A pequena cidade alpina de apenas 1.300 habitantes parece adormecida fora da alta temporada, mas transforma-se completamente no inverno, quando hordas de pessoas usam-na como base para explorar as muitas pistas de esqui e snowboard nas encostas que cercam o topo da Jungfrau. Em instantes, a visão quase hipnótica do majestoso cume debruçado sobre a vazia e silenciosa Wengen molda o cenário e encerra o primeiro dia da viagem.

DIA 2 (WENGEN – GRINDELWALD)

ALTAS TRILHAS
Serpenteando os Alpes, o visual é ainda mais bonito

Na manhã seguinte, o tilintar de sinos agora está próximo e, portanto, mais alto. Amarrados ao pescoço das vacas, eles ajudam o proprietário a localizar seu rebanho. Os suíços acreditam que as vacas produzem melhor caso não se sintam sozinhas e, assim, o barulho também as ajuda a saber que estão acompanhadas. O capacete já parece menos desconfortável e a reforçada vestimenta protege do forte vento que atinge o corpo enquanto aceleramos novamente, dessa vez na direção de Grindelwald.

A cidade é maior que Wengen, embora tenha apenas 5 mil habitantes. Ao sopé da cordilheira, a verticalidade das montanhas faz com que eu esteja quase sempre com o pescoço torto, atraído pelos diversos picos eternamente nevados, como o famoso Eiger, com 3.970 metros de altitude. De gôndola, ou cable car, subo ao topo da estação First, com 2.168 metros. A visão dos Alpes é soberba. A grandiosidade das montanhas faz Grindelwald, no fundo do vale, parecer uma vila de Lego. Popular área de ski no inverno, a falta de neve nas primeiras semanas após o verão é compensada pela adrenalina de descer uma tirolesa de 800 metros de comprimento e 200 metros de altura, atingindo em torno de 50 km/h. O dia é de velocidade e concluo a descida da montanha despencando ladeira abaixo por 30 minutos em um rápido patinete.

O motor ronca novamente. Na garupa da moto pilotada por Urs Zaugg, fundador e ex-presidente do Clube da Yamaha na Suíça, cruzamos mais uma vez a cidade de Interlaken e subimos por uma sinuosa estrada secundária, ora costeando e ora cruzando os desfiladeiros dos Alpes. Coberta por altos pinheiros, as montanhas são soberanas e desafiadoras. Lá embaixo, a visão do Lago Thun e as minúsculas casinhas ao redor ajudam a dimensionar a altitude em que estamos.

DIA 3 (GRINDELWALD – LAUSANNE)

AUF WIEDERSEHEN, BONJOUR
A passagem da parte alemã para a francesa é algo marcante

Curva para a direita, curva para a esquerda. No terceiro dia de moto pela Suíça, o comportamento dos motoristas na estrada chama minha atenção. Não vejo um carro sequer tentando aquela ultrapassagem imprudente típica de uma estrada de mão dupla no Brasil. Aliás, analisando mais um pouco, eles praticamente não ultrapassam uns aos outros. Eles, os carros, claro, porque as duas motos à disposição da nossa reportagem seguem decididas na direção de Gstaad.

Célebre por receber os ricos e famosos, suíços ou não, a cidade é o modelo sonhado por Gramado ou Campos de Jordão, só que versão alpina, conforme comparação feita em bom português pelo Cônsul Geral da Suíça em São Paulo, Hans Hauser, também piloto da outra moto que faz o percurso. Poucos quilômetros após cruzar Gstaad, o choque cultural é marcante e abrupto. As placas em alemão de minutos atrás desaparecem e tudo agora é escrito em francês. Não fossem as bandeiras quadradas da Suíça que enfeitam muitas das casas, e não haveria dúvida de que havíamos cruzado a fronteira com a França.

A convivência harmoniosa entre três grandes culturas – a alemã (60% do país), francesa (30%) e italiana (10%) -, é a marca desse pequeno país da Europa Central. Há ainda um quarto idioma, o romanche, embora seu percentual de influência seja bem reduzido. Paramos para almoçar em Château D’Oex, a vila onde Bertrand Piccard partiu no dia 1º de maio de 1999 para 21 dias depois completar a primeira volta ao mundo de balão sem escalas.

O clima local já é completamente distinto daquele de dias antes na região de Interlaken. Não apenas pelo idioma, com a musicalidade do francês ecoando pelas vielas, mas pelo ambiente latino que se percebe no ar, no modo das pessoas gesticularem, no comércio de rua e nas muitas barraquinhas de frutas, legumes, queijos e embutidos, espalhadas pelas calçadas. Em qualquer parte do país as três línguas principais são ensinadas na escola. Só depois vem o inglês. Tal miscelânea cultural não impede que cada morador tenha seus hábitos característicos conforme a região do país em que viva. Mas, seja pensando como um francês, agindo como um alemão, ou vivendo como um italiano, todos são suíços. E orgulham-se disto.

A viagem segue por uma estrada alternativa, controlada pelos militares e só aberta ao público nos fins de semana. Do alto da montanha, avistamos lá embaixo o majestoso Lac Genéve, também chamado de Lac Léman. Na sua margem suíça (o outro lado já é a França), a musical cidade de Montreux e, mais adiante, a efervescente Lausanne, nosso destino. Antes disso, descemos uma bela rota em forma de caracol, passando por minúsculas vilas cercadas pelos parreirais que produzem o ótimo vinho da região de Vevey.

DIA 4 (LAUSANNE – LUGANO)

TRAJETOS QUE MUDAM A HISTÓRIA
Os antigos caminhos no topo dos alpes podem ser o auge da viagem

A saída de Lausanne foi sonolenta, consequência de poucas horas de sono resultantes dos embalos de sábado da noite anterior. O sol, ainda baixo, favorece a linda vista do lago, com os Alpes franceses na outra margem e a informação de que o Montblanc, o mais alto do país, está logo ali atrás, ainda que encoberto. As primeiras horas do mais longo dia da viagem foram percorridas em uma autopista, até desviarmos à esquerda próximo a cidade de Brig. A partir desse ponto, entramos novamente em uma estrada secundária “espremida” entre as montanhas, rumo a um dos trechos mais bonitos e históricos não só da Suíça, mas de toda a Europa.

Acelerando forte nas retas para logo depois frear bruscamente na curva e, em segundos, acelerar novamente até a próxima freada, subimos um extenso zigue-zague a caminho do céu até alcançar o Furka Pass, a 2.436 metros de altitude, situado um pouco antes de seu vizinho mais famoso, o passo de São Gotardo. O visual do Furka é belíssimo. Lá no topo, o degelo do glaciar Rhone dá origem ao rio de mesmo nome, que ao chegar na França batiza a região mundialmente conhecida por seus excelentes vinhos.

O relevo acidentado dos Alpes Suíços durante séculos foi uma barreira quase intransponível para a circulação de pessoas e mercadorias. Embora houvesse um caminho conhecido desde antes da Idade Média, as condições adversas da região, assoladas por inclementes nevascas durante boa parte do ano, dificultavam o percurso. Somente em 1834, uma estrada foi aberta, alterando radicalmente o tráfego e o comércio entre a parte norte e sul do país, na direção da Itália. Batizado de São Gotardo, o passo, como são chamados os pontos de travessia no topo dos Alpes, era utilizado apenas por grupos a pé ou de carruagem.

Debruçadas à beira de precipícios, em alguns pontos da rota, diversas pontes foram construídas para cruzar o abismo sobre o Rio Reuss. A mais famosa cobrou o preço de dezenas de vidas e passou a ser chamada de Ponte do Diabo. O auge das caravanas para cruzar o São Gotardo, situado a 2.106 metros de altitude, ocorreu até o ano de 1882, quando o primeiro trem inaugurou o túnel de 15 quilômetros que corta a montanha, após dez anos de obras e mais de duzentos trabalhadores mortos. Em 1980, um outro túnel de 17 quilômetros foi aberto para os carros e o passo perdeu sua função. Hoje em dia, após décadas sob controle das Forças Armadas da Suíça, a lendária rota é percorrida apenas por viajantes de carro, bicicleta ou moto, boquiabertos com a espetacular paisagem e o impacto de uma estrada histórica.

Sem as intempéries do passado, cruzamos o São Gotardo – onde a quantidade de motos faz parecer que algum clube de motoqueiros está reunido ali – e iniciamos a vertiginosa descida em direcão à cidade de Lugano. À medida que avançamos, o céu distancia-se e o fundo do vale, antes tão longínquo, aproxima-se. Ao chegar lá embaixo, a Suíça acolhe os viajantes, agora em italiano.

DIA 5 (LUGANO – ZURIQUE)

ARRIVEDERCI, SUÍÇA
A multiculturalidade deste pequeno país é uma forte característica

O último dia de nosso périplo sobre duas rodas iniciou, pra variar, subindo mais uma vez os Alpes em ziguezague. Acelera; curva pra direita. Acelera novamente; curva pra esquerda. “Samba!”, exclama meu piloto Urs, deliciando-se com o balé da moto a caminho do passo de São Bernardino. A temperatura no topo é bem mais baixa e as nuvens rasantes movendo-se rapidamente indicam que estamos, sem dúvida, no alto da cordilheira.

Ao descer pela última vez os Alpes, paramos para almoçar na vila de Splügen, um daqueles lugarejos que quando vistos da janela do trem surgem e somem em cinco segundos. Com parcos 450 habitantes, Splügen viveu épocas douradas na metade do século 18, quando era local de passagem para as caravanas que cruzavam o passo de São Bernardino transportando cerca de 30 mil quilos de carga por ano. Assim como no outro caso, um túnel de trem construído tempos depois extinguiu a importância do antigo trajeto.

Caminhando pela pequena vila, observo algumas casas maiores que destacam-se das outras. A guia local explica-me que essas construções eram justamente as estalagens que recebiam os viajantes para alimentar a si e seus cavalos, antes de encarar a íngreme subida. Uma dessas casas, hoje transformada no Bodenhaus Hotel, já hospedou alguns ilustres personagens da História, como Napoleão Bonaparte, Friedrich Nietzsche e Albert Einstein.

Splügen fica para trás. Nosso rumo agora é Zurique, a última parada da viagem. Algumas horas depois, já ao anoitecer, entramos na maior cidade da Suíça, famosa por ser a sede dos tantos bancos que marcam a imagem do país no exterior. Elegante, com ares de modernidade em harmonia com seu passado, Zurique é uma cidade atraente, habitada por pessoas charmosas sem serem extravagantes. Mais algumas curvas e o motor de nossas motos ronca com força pela última vez antes de silenciar na frente do hotel onde passaremos a noite.

SUÍÇA: PARA CHEGAR LÁ

Percorrer sobre duas rodas os belos cenários deste país cortado pelos Alpes é uma experiência incrível. Ajuste o capacete, acompanhe nossas dicas e planeje-se para também viver esta grande aventura

DICAS BÁSICAS

Como chegar

A Swiss tem voo direto de São Paulo para Zurique, com preços que variam em torno de US$ 1.100. Tap, Ibéria e KLM são outras opções, porém, com conexão.

Câmbio

A Suíça mantém a sua própria moeda, o franco-suíço (Sfr). Com relação ao dólar, a cotação é quase de um para um.

Melhor época

O período mais indicado é entre maio e setembro, principalmente, em função dos passos que cruzam os Alpes, como o São Gotardo, que fica fechado de novembro a abril. Quando ele abre, em maio, é especialmente bonito cruzar a estrada com paredes de neve ainda ao redor. As outras estradas funcionam normalmente, apenas lembre-se que a Suíça, no inverno, é mesmo fria.

TRÊS MANEIRAS DE EXPLORAR A SUÍÇA…

Lucerna

DORMIR

Por trás de sua fachada gótica, o Hotel Waldstätterhof tem quartos minimalistas e chiques, com piso de madeira. O único possível inconveniente, para quem tem sono leve, é a proximidade com a estação de trem (diárias a partir de Sfr 170).

COMER

O Stadtkeller é um daqueles restaurantes folclóricos, com apresentações de danças típicas e shows musicais. Os clientes costumam ser turistas entusiasmados e a comida, servida de maneira farta, é ótima. Experimente o rüsti.

VER

Não há como ir a Lucerna e não caminhar na ponte medieval que atravessa o rio Reuss, na cidade velha. Construída no século 14, a Kapellbrücke, ou Ponte da Capela, pegou fogo recentemente, mas ainda assim permanece como testemunho da história da cidade.

Lausanne

DORMIR

Elegante, com ares e mimos de hotel executivo, o Alphapalmiers é um hotel refinado, com arquitetura moderna, elevador panorâmico e um variado café da manhã. Os quartos são espaçosos e confortáveis, e o banheiro é imenso (a partir de Sfr 210).

COMER

Próximo ao agito noturno da Place de L’Europa, o Nomade é um bar/ restaurante de decoração moderna, música ambiente e bem movimentado. Embora tenha um cardápio variado, a influência da gastronomia francesa na região já é perceptível.

VER

Quando estiver em Lausanne, não perca a chance de ir até o Château de Chillon, na vizinha Montreux. À margem do Lago Géneve, o castelo medieval, erguido no século 13, tornou-se mundialmente famoso pelos versos do poema escrito por Lord Byron, em 1816. Imperdível.

Zurique

DORMIR

Muito bem localizado, a uma quadra da mais importante avenida comercial de Zurique e próximo do centro histórico, o Hotel Seidenhof tem padrão executivo, além de um ótimo restaurante japonês (diárias a partir de Sfr 175).

COMER

Inaugurado em 1898, mas inteiramente reformado em períodos mais recentes, o Hiltl é tido como a meca dos amantes da cozinha vegetariana em Zurique. Oferece mais de 40 tipos de salada, bufê de comida indiana, além de pratos à la carte.

VER

Na capital dos bancos, deixe-se perder nas vielas do centro histórico. Sem pressa, você dará de frente com uma placa indicando que o revolucionário Lenin morou por aqui, ou verá o local onde o líder Zwingli pregou seus primeiros discursos e deu início à Reforma Protestante.

PARA CONHECER MAIS

WENGEN, GRINDELWALD E LUGANO

A pequena Wengen tem ótima estrutura turística, não à toa, é um dos mais concorridos resorts de ski da Suíça. Com exceção do inverno, quando a cidade fica cheia, não será complicado encontrar hospedagem. O Hotel Regina é uma excelente opção. Peça para ficar em algum dos quartos com vista para a montanha Jungfrau e você não esquecerá.

Grindelwald é tão concorrida quanto sua vizinha Wengen. A cidade é um pouco maior e com oferta hoteleira idem. Entre as alternativas, o Hotel Kirchbühl é uma ótima escolha. Solicite quarto com vista para o pico Eiger e fique hipnotizado na varanda.

Em Lugano, uma das maiores cidades da Suíça, hospedagem é o que não falta. O Continental Parkhotel está situado a poucos minutos do centro, tem parreirais de uva Merlot, piscina e jardim subtropical.

QUEM TAMBÉM LEVA

Além de um roteiro personalizado desenvolvido pelo instrutor Urs Zaugg, a TT Operadora – Lufthansa City Center opera um tour de oito dias pela Suíça de moto (Ducati Multistrada ou Yamaha Super Teneré). O roteiro passa por Zurique, Liechtenstein, St. Leonard, St. Moritz, Zermatt e Grindelwald. O preço, por pessoa, em apartamento duplo, sai por US$ 3.280 na garupa, ou por US$ 3.790 como piloto. Somente como piloto e em apartamento individual, o valor é de US$ 3.940. Mais informações: (11) 5094-9494.

EXPERIÊNCIA SOBRE DUAS RODAS

Até os 40 anos de idade, ele nunca havia pilotado uma moto. Uma namorada da época, motociclista, despertou o interesse e incentivou-o a aprender os macetes de uma vida sobre duas rodas. Nunca mais parou. Estudioso, formado em engenharia mecânica e economia, fez diversos cursos de direção em uma escola em Lausanne para aperfeiçoar a técnica de pilotar uma moto. Hoje, aos 63 anos de idade, Urs Zaugg, fundador e ex-presidente do Clube da Yamaha na Suíça, administra à distância os diversos escritórios de sua bem sucedida empresa de importação e exportação de peças mecânicas. Todavia, há tempos, sua verdadeira paixão já é a velocidade do motociclismo.

Estudou e aprendeu tanto que se tornou, há mais de 15 anos, instrutor de moto. Os cursos começaram a ser ministrados para os próprios membros do Clube e para os clientes da Yamaha. Atualmente, repassa seus conhecimentos para os clientes da Ducati, dando aulas sobre técnicas de segurança, de velocidade e passeio. “Às vezes, quando tiro o capacete, as pessoas se surpreendem com meus cabelos brancos”, conta, sorrindo, esse senhor cujo cartão de visita mostra ele fazendo uma curva com os joelhos raspando o chão.

A busca pela perfeição na arte de pilotar, provavelmente origem de sua formação como engenheiro, tornou-o respeitado no mundo do motociclismo suíço, um dos países com a maior quantidade de motos por habitante da Europa. “A máquina não erra, o homem sim. Dirigir é um ato mecânico, por isto, deve ser algo perfeito”, ensina. Urs oferece roteiros de três dias, a partir de US$ 2.200 (sem parte aérea), ou de cinco dias, a partir de US$ 3.200, passando por Lucerna, Grindelwald, Gruyère, Lugano e Andermat. Como diferencial, há a possibilidade da viagem ser organizada contando com um carro de apoio (zaugg@uzime.com; 41 79 6821177).