A história e a biografia de Avicenna Ibn Sina
Hakim Ibn-e-Sina (980 AD – 1037) foi o médico mais talentoso do período entre a época do Império Romano e o surgimento da ciência moderna no século XVI. Também conhecido por seu nome latino, Avicenna, sua influência se espalhou pelo mundo islâmico e pela Europa Ocidental na Idade Média.
Ibn-e-Sina nasceu no atual Uzbequistão, que naquela época fazia parte da Pérsia. A casa de seu pai, um cobrador de tributos, era costumeiramente um local de encontro para estudiosos e Ibn-e-Sina cresceu estudando direito islâmico, literatura e medicina.
Aos 17 anos de idade, ele curou o rei Mansur de Bukhara de uma doença, depois que outros médicos falharam. Como compensação, Ibn-e-Sina solicitou autorização para usar a Biblioteca Real. Ele foi médico da corte até a queda do reinado em 999 EC e depois viajou muito, trabalhando durante o dia como médico e encontrando-se à noite com os intelectuais da região para discussões assuntos diversos como científicas e filosóficas.
Ibn-e-Sina residiu em Hamadan, Irã, o local era a principal rota comercial entre Teerã e Bagdá. Médico de vários sultões, gozava de fama e boa renda, e enquanto vivia em Hamadan, escreveu extensivamente. Seu trabalho mais longo é Kitab al-Shifa (O Livro da Cura) – uma enciclopédia de medicina, ciências naturais, lógica e filosofia. Ibn-e-Sina trouxe o ceticismo ao estudo da alquimia, a crença de que era possível obter ouro de metais de base como o chumbo.
Com a morte do príncipe para quem ele trabalhou em Hamadan em 1022, Ibn-e-Sina se mudou para Isfahan no centro do Irã, onde ele completou o Al-Qanun Fil-Tibb (Cânone da Medicina). Neste livro, ele descreveu as maiores realizações dos médicos gregos e romanos, e listou sistematicamente 760 medicamentos e preparações médicas. Ibn-e-Sina reconheceu a natureza contagiosa da tuberculose e o papel da água na propagação da doença, foi o primeiro a descrever a meningite, e também deu uma descrição detalhada das partes do olho.
Em Isfahan, ele era médico de Ala ad-Daula. Enquanto acompanhava o príncipe em uma campanha militar para capturar Hamadan, Ibn-e-Sina ficou doente e morreu. O lugar onde ele está enterrado em Hamadan tornou-se um importante ponto de visita.
Após sua morte, suas obras foram traduzidas para o latim e postas à disposição dos pensadores europeus. Seus livros serviram como bibliografia básica nas escolas médicas por quatro séculos. Nos 50 anos que se seguiram à invenção da imprensa gráfica, o Cânone de Medicina foi impresso 15 vezes. Seu relato continua sendo a base para a moderna evidência clínica da eficácia dos medicamentos. Ibn-e-Sina demonstrou que o medicamento deve ser usado em um paciente que sofre de apenas uma doença; que deve ser eficaz em todos ou quase todos os casos; e que os testes realizados apenas em animais não provam sua eficácia em pessoas.