Alemanha Viagens

Os irmãos Jacob e Wilhelm Grimm são cultuados pelo pioneirismo em recolher diretamente da memória popular as histórias ligadas ao mítico e ao fantástico. Os dois sempre foram estudiosos de linguística e enveredaram também para a Literatura Jurídica. Mas não pararam por aí: sistematizaram o Grande Dicionário Alemão.

Todavia, inscreveram nome e sobrenome no terreno da fantasia, ao se interessarem por fábulas infantis incrustadas no folclore alemão. Tornaram-se especialistas na tradição oral que, em princípio, destinava tudo ao público adulto, unindo criatividade e linguagem simples para adaptar os temas às crianças.

A fusão entre o universo popular e infantil resultou em sucesso imediato, com a preocupação principal em embutir mensagens de esperança e confiança na vida. Em Chapeuzinho Vermelho, na versão do francês Perrault, o lobo devora a menina e a avó. Os irmãos Grimm criam o caçador, que abre a barriga do animal e deixa as duas vivas.

Não por acaso, a Unesco os considera, desde 2005, parte da Memória do Mundo. Afinal, suas histórias fazem sucesso em 160 línguas diferentes. Ainda assim, alguns críticos veem temáticas conformistas na maioria dos contos. Nem estes dois alemães pioneiros, especialistas em fábulas, conseguiram contentar a todos.

A Rota dos Contos de Fadas na Alemanha surgiu como um itinerário de férias, em abril de 1975. Ao longo dos 600 quilômetros, que enfatizam diferentes estágios da vida dos irmãos Grimm, é possível percorrer oito parques naturais. As florestas intocadas e os campos floridos retratam perfeitamente o conteúdo das fábulas, lendas e a saga do povo alemão. Castelos e outros detalhes arquitetônicos complementam o itinerário fantástico.

HANAU

A rota começa aqui por uma razão bem simples: foi em Hanau que os irmãos Grimm nasceram — Jacob em 1785 e Wilhelm em 1786. Por alguma razão, nesta cidade histórica, que se formou a partir de um castelo, em 1143, os irmãos desenvolveram ainda pequenos o gosto pelo imaginário, algo que brotaria mais tarde com as histórias coletadas.

Hanau teve 85% das suas edificações destruídas ao fim da Segunda Guerra Mundial. Nem a casa de Jacob e Wilhelm escapou. Uma pedra simples foi afixada no local e serviu para marcar o esforço pela reconstrução. Hoje, Hanau é uma simpática e moderna cidade do interior, com cerca de cem mil habitantes.

Os irmãos Grimm foram eternizados em um monumento, em frente ao prédio da prefeitura. A escultura mostra-os já adultos, pensativos, observando todos aqueles que transitam por ali. Em alguns dias da semana surge uma animada feira livre no local. É quando Jacob e Wilhelm têm a companhia de alemães apressados para comprar verduras, legumes, carnes e flores.

ALSFELD

Fundada durante o período dos Carolíngios, nos séculos 8 e 9, a cidade funcionou inicialmente como sede da corte real. Um dos lugares mais visitados é a igreja Walpurgis, com suas naves suntuosas oriundas do período romano. Vale a pena conhecer a antiga prefeitura, que mantém as características da construção terminada em 1516. Alsfeld possui ruas estreitas, exploradas facilmente em poucas horas.

Destaque para o pelourinho, utilizado para castigar os antigos moradores em praça pública. As argolas eram colocadas no pescoço da vítima, como forma de exemplo. Não para machucar e sim para humilhar quem desobedecesse aos preceitos da lei. De arrepiar, mesmo em tempos modernos. Alsfeld foi selecionada pelo Conselho Europeu como uma das 51 cidades exemplares pela conservação dos edifícios.

Finalmente, mas não menos importante, a Casa dos Contos de Fadas. Simples, construída em madeira, nos idos de 1628. Localizada no bairro histórico, foi restaurada com o escopo da renovação sustentada, mantendo as características originais.

STEINAU

Até hoje é pequena e pode ser visitada em poucas horas, mas nem por isso deixa de ser obrigatória. Fazia muito calor na manhã em que fomos recepcionados pela senhora Renate Kania encarnando o personagem Gato de Botas. A guia vestia roupa pesada, luvas e outros adereços, além de farta maquiagem. A temperatura de 30 graus não a desanimou para iniciar as explicações.

Steinau ainda mantém a aparência de 1791, quando a família Grimm mudou-se para cá. A formação escolar de Jacob e Wilhelm foi cumprida aqui. O interesse pelas letras deve ter despertado nas ruas apertadas pelas quais passam, calmamente, os moradores, que já aprenderam a conviver com excursões de turistas.

É obrigatório visitar a casa dos dois irmãos, transformada em museu. São 14 salas, com exposições permanentes, retratando diversos aspectos da família. Há objetos e edições raras dos livros no edifício de pedra com tons renascentistas. Também não deixe de ver o castelo que está ali desde 1278. Nossa guia “Gato de Botas” conta animadamente que o tradicional teatro de marionetes ocorre nas antigas cavalariças do castelo. Nada melhor que misturar arrebatamento à história.

MARBURG

Na estrada, em uma elevação, é possível observar, soberano, o castelo de Marburg, edificado pelos nobres de Hessen para protegê-los em uma época em que a cidade era estratégica para as rotas comerciais entre Frankfurt e o norte da Alemanha.

Não deixe de visitar a igreja da rainha Elisabeth, viúva de Ludwig muito cedo. Ela tinha como modelo espiritual São Francisco de Assis, dedicando-se aos pobres e doentes com afinco. Por isso, criou fama, vindo a morrer prematuramente em 1231. Houve, de acordo com a história, muitos milagres. Quatro anos depois, foi beatificada e uma enorme igreja gótica construída sobre seu túmulo.

Foi em Marburg que os irmãos Grimm iniciaram os estudos jurídicos. Encontraram ainda o professor Carl von Savigny, que os incentivou a recolher as primeiras canções folclóricas, sagas e contos de fadas. Nada melhor do que tomar cerveja no centro histórico, observando a movimentação de turistas e locais nos calçadões fechados aos veículos. Visite o apartamento em que moraram os irmãos Grimm, na Barfürberstrasse. Nos dias de hoje, Jacob e Wilhelm teriam como atrativo um bar bem em frente à residência, que promete servir a legítima caipirinha brasileira. Isso poderia significar ainda mais encantamento?

SCHAUENBURG

A charmosa cidade homenageia os irmãos Grimm de forma especial. Desde 1997, funciona aqui a casa de exposições permanente. Em suas obras, Jacob e Wilhelm conseguiram reunir mais de 200 contos de fadas, recebendo a ajuda de dezenas de colaboradores. Em Schauenburg, um homem e uma mulher que viviam nas aldeias próximas também trouxeram importantes colaborações.

Johann Friedrich Krause e Marie Hassenpflug relataram suas histórias da forma mais simples possível. Príncipe e o Sapo, Branca de Neve e Bela Adormecida se sucediam para a rápida compreensão dos irmãos Grimm. Em uma manhã chuvosa de agosto, conhecemos o centro especial, com livros, xilogravuras e outros objetos que remetem ao fascínio da época. Fomos ajudados por dois colaboradores da cidade que interpretaram, com roupas de época, Krause e Marie.

HESSISCH LICHTENAU

Reserve algumas horas para a terra de Frau Holle. Eternizada pelos irmãos Grimm, a história dela faz parte do folclore germânico pré-cristão, cuja origem remete à mitologia nórdica, assimilada pela tradição católica, e trata do domínio do tempo: neve, sol e chuva.

Jacob e Wilhelm Grimm adaptaram a história com nuances de Cinderela. O roteiro incluía uma rica viúva, a enteada realizando todo o trabalho da casa, e uma meia-irmã preguiçosa. No fim, o bem prepondera sobre o mal: a ociosidade é castigada. E Frau Holle torna-se rica. Conheça o parque criado em sua homenagem na cidade de Lichtenau, com edificações preservadas dos séculos 17 e 19.

Fomos acompanhados pela senhora Marlu Stoffels, caracterizada como Frau Holle. A todo instante ela era parada por crianças e adultos e fazia saudações especiais. Celebridade na região, nem quando está tomando um prosaico café acaba sendo poupada. A figura de Frau Holle na janela, sacudindo seu travesseiro de penas, que acabam por transformar-se em neve, já foi imortalizada. Na Alemanha, tornou-se bastante comum a expressão “Frau Holle está fazendo sua cama”, quando começa a nevar. Diz-se que ela balança a cama e a neve começa a cair do céu.

KASSEL

Não fique menos de dois dias nessa cidade: ela se localiza bem no meio da Rota dos Contos de Fadas. Também pudera. Os irmãos Grimm escolheram Kassel para viver aqui a maior parte de suas vidas: 30 anos. E foi, efetivamente, a etapa mais produtiva da existência de ambos. Concluíram seus estudos, trabalharam e avançaram no projeto de amealhar contos de fadas, como As Crianças e as Fábulas, Sagas Alemãs e Antigas Florestas. Sem falar nos dois volumes da Gramática Alemã de Jacob Grimm, que tomaram forma neste local.

Visite o Museu dos Irmãos Grimm, no Palais Bellevue. Vale observar só o prédio — lá dentro, documentos raros podem ser vistos. Aproveite também as “Quartas-Feiras com os Grimms” — leituras especiais das obras ao som das músicas de compositores românticos.

Kassel é belíssima. Os parques apreciados por Jacob e Wilhelm para longas caminhadas continuam ali, à disposição. O mais grandioso é o Wilhelmshöhe, com cascatas, mata fechada, trilhas especiais, um aqueduto e, claro, um castelo. Também pode ser facilmente encontrada a estátua mitológica de Hércules, símbolo de Kassel e de toda a região. Vá ao Parque Karlsaue, um pouco menor, para conhecer o Palácio Orangerie, de 1702.

HAMELN

Um homem alto, vestindo roupas coloridas, perambula pela cidade tocando sua flauta dois tons acima do desejável, assustando as pessoas desavisadas em pontos de ônibus e praças de Hameln. Era o nosso guia no município, importante centro econômico e turístico da região do rio Wieser. Flautista, aliás, nascido na Pensilvânia, com um alemão impecável e que dificilmente consegue passar incógnito pelas ruas locais.

Ele nos levou até a parte mais antiga da cidade, sempre soprando o inseparável instrumento musical. A crise que afetou a zona do euro pode ser facilmente notada. Muitos prédios vazios e faixas oferecendo pechinchas em forma de aluguéis nas ruas. Conhecemos diversas construções em arenito e treliça dos séculos 16 a 18. Vá até a Igreja Matriz (St. Nicolai), a Casa Matrimonial e o Museu Leisthaus.

Imperdível é a Casa do Caçador de Ratos, Rattenfängerhaus, mais uma lenda imortalizada pelos irmãos Grimm. Conta-se que, em 1284, apareceu na cidade um homem estranho, que trajava saias coloridas e prometeu livrá-la de todos os ratos, mediante certa quantia de dinheiro. Os moradores concordaram. O caçador pegou sua flauta e, ao soprá-la, vieram as ratazanas que o seguiram até o rio Wieser, morrendo afogadas.

Os moradores, livres do flagelo, descumpriram a promessa, negando o pagamento ao homem. Ele prometeu vingança, mas deixou a cidade, voltando um tempo depois. Transfigurado, fez soar a sua flauta nas vielas de Hameln: mas não mais os ratos o seguiram, e sim dezenas de crianças. Ele as conduziu para uma floresta próxima de Hameln e elas nunca mais foram vistas. Cento e trinta crianças desapareceram. O caçador de ratos é considerado a figura lendária alemã mais conhecida em todo o mundo.

BREMEN

O destino final da Rota dos Contos de Fadas é um dos principais pontos turísticos do norte da Alemanha, com 450 mil habitantes. A arquitetura gótica desponta bem no centro de Bremen, no prédio da prefeitura, Rathaus, construído em 1410. A cidade foi bombardeada no fim da Segunda Guerra Mundial e teve destruída boa parte das edificações.

Os moradores contam que a estátua de Rolando, considerada Patrimônio Mundial pela Unesco, escapou milagrosamente das bombas. Ela foi esculpida como símbolo da Justiça e Liberdade, quando Bremen conseguiu a independência, ainda no século 14. Percorra as vielas do bairro medieval e observe com atenção os detalhes das edificações. Reflita que embora boa parte tenha sido reconstruída, ainda assim não perdeu as características arquitetônicas.

Os músicos de Bremen são a marca registrada do lugar. Diz-se que um burro, um cão, um gato e um galo, oprimidos pelos donos, dão um basta e resolvem mudar-se para a cidade. Protagonizam diversas aventuras e, enfim, conseguem a tão desejada liberdade. Hoje, suas expressões retratam muita alegria na estátua, com dois metros de altura, ao lado da Câmara Municipal. No Brasil, são conhecidos como “Os Saltimbancos”, graças à adaptação feita pelo cantor e compositor Chico Buarque para um musical de 1977.

Assim como o próprio renascimento de Bremen após a Segunda Guerra e sua minuciosa reconstrução, os incríveis contos dos Irmãos Grimm também tiveram – e ainda terão, por incontáveis anos – a capacidade de resgatar a memória popular e preservá-la para a posteridade. Entre o folclore e a fantasia, a realidade e as lendas, histórias surgidas no interior da Alemanha circulam o mundo e unem distintos povos em um mesmo sentimento que oscila entre a alegria, o espanto, a ética e a moral. Lições para toda a vida.
Roberto Seba
Na cidade de Steinau, o Gato de Botas perambula pelas ruas
Na cidade de Steinau, o Gato de Botas perambula pelas ruasALEMANHA: PARA CHEGAR LÁ

Deixe sua imaginação viajar no embalo dos contos dos Irmãos Grimm e descubra charmosas cidades alemãs, castelos exuberantes e personagens envoltos num clima de fantasia

ESSENCIAIS

Como chegar

A cidade de Frankfurt é o destino mais próximo do início do roteiro. Partindo de São Paulo, a Lufthansa tem voo direto a partir de US$ 900. Ibéria, Swiss e Tap Air Portugal são outras boas alternativas.

Melhor época

Independente da época do ano, a viagem terá seus encantos. No verão, é claro, as altas temperaturas e o sol brilhante fazem com que as cidades tenham mais vida, com moradores e visitantes transitando nas ruas e aproveitando os dias mais longos. No inverno, se por um lado o frio é um convite ao recolhimento, por outro, as paisagens das pequenas cidades do roteiro cobertas de neve criam um clima cênico e envolvente.

Quem leva

Nenhuma operadora no Brasil oferece pacotes para realizar o roteiro dos contos de fadas. A melhor alternativa para quem se interessar em fazer a viagem é entrar em contato com o Centro de Turismo Alemão (DZT), em São Paulo, 11 5181-2310.

NOVE DICAS PARA VIVER SEU CONTO DE FADAS

1. A rota dos contos de fadas inclui inúmeras cidades para visitação. Mesmo que você opte por conhecer apenas algumas delas (sim, há pontos considerados imprescindíveis), o ideal é fazer o percurso de carro. Alugue um no próprio aeroporto de Frankfurt (o mais próximo de Hanau, a primeira cidade do roteiro). Diversas empresas alugam veículos e praticam preços similares.

2. Ainda no quesito pé na estrada, lembre-se de que na Europa é exigida a carteira internacional de habilitação. Ela custa em média R$ 350 e leva de uma semana a 10 dias para ficar pronta. A solicitação pode ser feita junto ao Detran ou via despachante. Detalhe: é preciso ter também a carteira de habilitação nacional.

3. Esqueça a ideia de que todas as estradas da Alemanha permitem que se pise fundo no acelerador. A velocidade sem limites só vale para algumas poucas estradas principais. Nas outras, fique de olho nas placas indicativas ou é multa na certa.

4. A rota dos contos de fada tem opções de hospedagem em todas as cidades. Algumas merecem destaques, como o Marburger Hof Mein Hotel. Bem localizado, a dez minutos de caminhada do centro histórico (diárias a partir de € 78).

5. Outra boa opção é o Hotel Gude, em Kassel, situado próximo aos parques e à cidade antiga. Se não quiser caminhar, utilize o simpático bonde, cuja parada fica bem em frente ao hotel (diárias a partir de € 99).

6. Por outro lado, o Schloss Hotel Waldeck vale cada euro gasto nesse castelo: suítes confortáveis, SPA completo, menu degustação obrigatório, visual incrível e equipe afinada (diárias a partir de € 176).

7. Há um sem-fim de atrações ao longo de todo o percurso. Mas não deixe de ver o Museu dos Irmãos Grimm, em Kassel, aberto diariamente das 10h às 17h. Há obras originais expostas (Schöne Aussicht 2, 34117).

8. Já em Hameln, palco do conto O Flautista de Hamelin, está um dos castelos mais bonitos do norte da Alemanha, considerado pelos próprios alemães: o Castelo de Hämelschenburg, construído no estilo da Renascença. De abril a outubro há visitas diárias guiadas (exceto segundas). Aproveite e veja a programação diária de teatro a céu aberto com encenação da história.

9. Mesmo quem já está acostumado com chucrute, joelho de porco e batatas cozidas com creme pode achar a comida típica um pouco mais pesada. Em Hameln fica um dos restaurantes mais tradicionais da comida alemã, o Die Insel. É comida forte, generosa, porém com toque caseiro, caprichadíssima. Vale experimentar.
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Como chegar

A cidade de Frankfurt é o destino mais próximo do início do roteiro. Partindo de São Paulo, a Lufthansa tem voo direto a partir de US$ 900. Ibéria, Swiss e Tap Air Portugal são outras boas alternativas.

Melhor época

Independente da época do ano, a viagem terá seus encantos. No verão, é claro, as altas temperaturas e o sol brilhante fazem com que as cidades tenham mais vida, com moradores e visitantes transitando nas ruas e aproveitando os dias mais longos. No inverno, se por um lado o frio é um convite ao recolhimento, por outro, as paisagens das pequenas cidades do roteiro cobertas de neve criam um clima cênico e envolvente.

Quem leva

Nenhuma operadora no Brasil oferece pacotes para realizar o roteiro dos contos de fadas. A melhor alternativa para quem se interessar em fazer a viagem é entrar em contato com o Centro de Turismo Alemão (DZT), em São Paulo, 11 5181-2310.

NOVE DICAS PARA VIVER SEU CONTO DE FADAS

1. A rota dos contos de fadas inclui inúmeras cidades para visitação. Mesmo que você opte por conhecer apenas algumas delas (sim, há pontos considerados imprescindíveis), o ideal é fazer o percurso de carro. Alugue um no próprio aeroporto de Frankfurt (o mais próximo de Hanau, a primeira cidade do roteiro). Diversas empresas alugam veículos e praticam preços similares.

2. Ainda no quesito pé na estrada, lembre-se de que na Europa é exigida a carteira internacional de habilitação. Ela custa em média R$ 350 e leva de uma semana a 10 dias para ficar pronta. A solicitação pode ser feita junto ao Detran ou via despachante. Detalhe: é preciso ter também a carteira de habilitação nacional.

3. Esqueça a ideia de que todas as estradas da Alemanha permitem que se pise fundo no acelerador. A velocidade sem limites só vale para algumas poucas estradas principais. Nas outras, fique de olho nas placas indicativas ou é multa na certa.

4. A rota dos contos de fada tem opções de hospedagem em todas as cidades. Algumas merecem destaques, como o Marburger Hof Mein Hotel. Bem localizado, a dez minutos de caminhada do centro histórico (diárias a partir de € 78).

5. Outra boa opção é o Hotel Gude, em Kassel, situado próximo aos parques e à cidade antiga. Se não quiser caminhar, utilize o simpático bonde, cuja parada fica bem em frente ao hotel (diárias a partir de € 99).

6. Por outro lado, o Schloss Hotel Waldeck vale cada euro gasto nesse castelo: suítes confortáveis, SPA completo, menu degustação obrigatório, visual incrível e equipe afinada (diárias a partir de € 176).

7. Há um sem-fim de atrações ao longo de todo o percurso. Mas não deixe de ver o Museu dos Irmãos Grimm, em Kassel, aberto diariamente das 10h às 17h. Há obras originais expostas (Schöne Aussicht 2, 34117).

8. Já em Hameln, palco do conto O Flautista de Hamelin, está um dos castelos mais bonitos do norte da Alemanha, considerado pelos próprios alemães: o Castelo de Hämelschenburg, construído no estilo da Renascença. De abril a outubro há visitas diárias guiadas (exceto segundas). Aproveite e veja a programação diária de teatro a céu aberto com encenação da história.

9. Mesmo quem já está acostumado com chucrute, joelho de porco e batatas cozidas com creme pode achar a comida típica um pouco mais pesada. Em Hameln fica um dos restaurantes mais tradicionais da comida alemã, o Die Insel. É comida forte, generosa, porém com toque caseiro, caprichadíssima. Vale experimentar.