Oscar Schmidt: por que o maior pontuador da história recusou a NBA

Oscar Schmidt, conhecido como o “Mão Santa”, é um dos maiores nomes da história do basquete, não apenas no Brasil, mas no mundo. Com mais de 49 mil pontos anotados em sua carreira — mais do que qualquer outro jogador na história do esporte —, ele se tornou uma lenda nas quadras. No entanto, uma pergunta persiste entre fãs de basquete: por que Oscar nunca jogou na NBA?

A resposta envolve contexto histórico, paixão pela seleção brasileira e uma decisão pessoal que definiu sua trajetória e consolidou seu legado.


A oportunidade de ingressar na NBA

Em 1984, durante um dos drafts mais icônicos da NBA — que revelou estrelas como Michael Jordan, Hakeem Olajuwon e Charles Barkley —, Oscar Schmidt foi escolhido pelo New Jersey Nets (hoje Brooklyn Nets) na sexta rodada, como a 131ª escolha.

Embora o fato de ser draftado já fosse uma grande conquista, a posição de Oscar no draft colocava algumas limitações:

  • Contrato não garantido: Isso significava que ele poderia ser dispensado a qualquer momento, sem qualquer compensação financeira.
  • Baixa prioridade na equipe: Como uma escolha tardia, Oscar dificilmente seria titular imediatamente, ficando atrás de outros atletas na rotação do time.
  • Abertura limitada para estrangeiros: Na década de 1980, a NBA ainda não era tão receptiva a jogadores internacionais como é hoje. Era raro um jogador estrangeiro ter grande impacto na liga, o que tornava a adaptação ainda mais desafiadora.

Além disso, Oscar já havia consolidado sua carreira no basquete europeu, jogando pela equipe italiana JuveCaserta, onde era o cestinha da liga e um dos principais nomes do campeonato.


A decisão de priorizar a seleção brasileira

O fator determinante para Oscar recusar a NBA foi sua paixão pela seleção brasileira. Na época, as regras da FIBA (Federação Internacional de Basquete) proibiam jogadores da NBA de participarem de competições internacionais, como as Olimpíadas e o Mundial de Basquete.

Para Oscar, essa era uma escolha clara: abrir mão da NBA para continuar jogando pela seleção brasileira, que ele considerava sua maior prioridade. Em diversas entrevistas, ele reiterou que representar o Brasil era mais importante do que qualquer outra conquista:

“Merecia jogar na NBA? Não! Merecia jogar onde eu joguei: a seleção brasileira. Isso não tem preço.”

Oscar foi um dos maiores líderes da seleção brasileira, protagonizando momentos históricos, como a vitória sobre os Estados Unidos no Pan-Americano de 1987, em Indianápolis. Naquele jogo, ele marcou impressionantes 46 pontos, liderando o Brasil em uma virada épica contra o time americano.


Mudanças nas regras e a recusa tardia à NBA

Em 1992, após a FIBA permitir que jogadores da NBA competissem em torneios internacionais — o que resultou na formação do icônico “Dream Team” americano nos Jogos Olímpicos de Barcelona —, Oscar ainda recebeu convites para atuar na NBA.

Porém, nessa época, Oscar já tinha 34 anos e acreditava que não estava mais no auge de sua forma física para enfrentar o alto nível de exigência da liga norte-americana. Ele optou por permanecer na Europa, onde continuou jogando em alto nível até se aposentar.


Reconhecimento e legado de Oscar Schmidt

Apesar de nunca ter jogado na NBA, Oscar recebeu diversas homenagens e reconhecimento da liga e da comunidade do basquete mundial:

  1. Introdução ao Hall da Fama do Basquete (2013): Oscar foi incluído no Naismith Memorial Basketball Hall of Fame, nos Estados Unidos, uma honra reservada aos maiores nomes do esporte.
  2. Presença no All-Star Weekend (2017): Ele foi ovacionado durante o evento da NBA, sendo reconhecido como uma lenda do basquete internacional.
  3. Respeito global: Em jogos da NBA, como no Orlando Magic, Oscar foi aclamado pelos torcedores, mostrando que sua influência transcende fronteiras.

Oscar e o basquete global

Oscar Schmidt é lembrado não apenas como um dos maiores jogadores de todos os tempos, mas também como um símbolo de lealdade e paixão pelo esporte e por seu país. Sua decisão de priorizar a seleção brasileira foi corajosa e única, destacando o quanto ele valorizava representar sua nação em vez de buscar fama e fortuna na NBA.

Hoje, em uma era onde muitos jogadores estrangeiros brilham na liga norte-americana, como Nikola Jokic e Giannis Antetokounmpo, é interessante imaginar o impacto que Oscar poderia ter tido na NBA. Mas para ele, o que realmente importava era sua contribuição para o basquete brasileiro, e nesse aspecto, sua missão foi cumprida com louvor.


Conclusão

Oscar Schmidt recusou a NBA porque acreditava que sua prioridade era a seleção brasileira. Essa decisão, baseada em amor ao país e ao basquete internacional, definiu sua carreira e o tornou uma lenda, mesmo sem ter jogado na liga mais prestigiada do mundo.

Oscar é mais do que um jogador de basquete; ele é um ícone global e uma inspiração para atletas de todas as gerações. Sua história nos lembra que o verdadeiro legado não está apenas em onde você joga, mas no impacto que você causa no esporte e nas pessoas ao seu redor.

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